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Mostrando postagens de 2020

Marketing que cura

 Sim, estamos em 2020 e além de enfrentar uma das pandemias mais cruéis da história, recebemos de premiação o crescimento do movimento antivacina. Estes, os mesmos que no início do ano não acreditaram no vírus em si, depois nos métodos como combatê-lo, e agora, na cura. 2020 mostrou que até mesmo uma área tão essencial quanto a saúde, precisa se preocupar com o marketing, mesmo desenvolvendo o medicamento mais aguardando do mundo hoje. Prova disso é a convocação dos principais lideres políticos dos países para serem os primeiros a tomarem a vacina, como exemplo para a população.  Não o bastante, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido vem convocando celebridades e influenciadores para que também tomem publicamente a vacina e debatam o assunto, no intuito de mostrar a população sua segurança e necessidade. Outros atores, como a própria OMS e o Conselho de Publicidade americano vem trabalhando nisso. Este último com uma campanha prevista em US$ 50 milhões, também com o intuito de busc

Resolver o problema do cliente não é garantia de sucesso

É comum hoje em dia dizer que para abrir um negócio você precisa resolver um problema ou apresentar uma solução melhor do que aquela que o mercado já oferece. É um fato, mas não é a resposta completa. Junto a resolução do problema em si, existem outras etapas cruciais que definem se um produto ou serviço vai ganhar mercado ou não, e ambas dependem de um olhar de marketing para o negócio. Faça um teste: quando estiver em uma situação em que precise de uma solução mais prática, ou pensou em algo que ajudaria no seu dia a dia, tente dar um google. Provavelmente essa solução já existe. A toda hora inúmeras boas ideias de negócios são criadas e prototipadas, das quais a minoria avança até o estágio de ser comercializada e virar de fato uma mercadoria ou serviço. O mercado é acirrado e concorrido, e, ao menos que sua ideia seja algo sem precedentes, ela precisa entregar valor ao consumidor. Ou melhor, o consumidor precisa perceber o valor do produto. O valor percebido pode ficar claro para a

Reinventar é o novo normal?

Se tem algo que essa pandemia deixou muito claro para as empresas é a enorme necessidade de entender e profissionalizar o negócio. Em um cenário instável, quanto mais conhecimento sobre o produto ou serviço e o público consumidor, melhor é a adaptação. Seja para pequenos ajustes, seja para reinventar todo o negócio. E como houveram reinvenções durante estes últimos meses. Foi o momento para muitos experimentarem pela primeira vez as compras pela internet, a vídeo-chamada, o streaming, o delivery, o take away. Todas essas opções já existiam. Nada foi criado. O que houve foi uma mudança abrupta e obrigatória no comportamento das pessoas que gerou uma corrida para estes serviços. Os primeiros que perceberam a mudança e se adaptaram, foram os que menos sofreram. Acontece que a pandemia apenas acelerou um movimento que já era de clara transformação e agilidade. O mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo do VUCA foi até ressignificado na sigla BANI (brittle/frágil, anxious/ansioso, non-lin

Como anda a sua marca pessoal?

 Vivemos e era do conteúdo e produzir conteúdo relevante é a nova e principal maneira que as marcas vêm usando para ser cada vez mais conectadas com seu público alvo. Esse caminho também é inverso, uma vez que os clientes já buscam se conectar a marcas que entregam algo de útil para a sua vida. E se ao final dessa jornada, além de um CNPJ, seja encontrado um (ou vários) CPFs, os resultados podem ser mais satisfatórios ainda.  Antes conhecíamos primeiro a empresa, para depois conhecer quem nela trabalhava. Hoje o cenário parece um pouco diferente. Se nos anos 90 dizíamos que o Bill Gates era o dono da Microsoft, hoje dizemos que a Tesla é a empresa do Elon Musk. Uma mudança sutil, mas que muito significa na forma de se posicionar, tanto da empresa quanto do seu líder.  Com a chegada da internet e das redes sociais, cada vez mais a figurado do fundador, do presidente ou do CEO vem ganhando espaço em mídia, e de forma proposital. Além de Musk, exemplo com Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Rich

Processo mata a criatividade?

O escritor está com uma crise de criatividade. Se isola em uma cabana abandonada próxima a um lago. E lá, depois de meses, regressa com uma obra-prima literária. Essa história contada para representar os gênios criativos é muito famosa e representa, de maneira errônea o que é ser criativo. Assim como os momentos “eureca”, os insights inovadores que surgem no banho ou em algum momento inesperado. Tudo isso pode até acontecer, mas dentro de um ambiente de negócios, depender de vislumbres de criatividade pode ser muito arriscado. Melhor que isso é cultivar a criatividade dentro da sua rotina de trabalho, e existem formas para deixar seu dia a dia mais propício para a SUA criatividade se desenvolver. O sua ficou em caixa alta de propósito porque muitas vezes quando o assunto é criatividade, a imagem de artistas, designers e pintores é a primeira a surgir, seguida da frase “eu não sou criativo”. Mais proferida por aqueles que tem um estilo de trabalho mais metódico e organizado. O que acont

Dissemine a cultura do branding para toda a empresa

  Quando uma empresa conta com uma área de marketing, é quase sempre para ela também que recai toda a responsabilidade com a marca da empresa. Um olhar mais coletivo sobre essa questão pode trazer bons insights e resolver problemas de experiência. Há até pouco tempo a área de recursos humanos era o setor responsável pela gestão de pessoas dentro de uma empresa. Recaia sobre os ombros do diretor de RH e sua equipe a responsabilidade pelo desenvolvimento dos funcionários, a definição de promoções e demissões, a abertura de novas vagas, o modelo de gestão a ser seguido, o temido índice de turnover, e principalmente, o clima da empresa. Se algum desses fatores não andasse bem, era dever da equipe de RH encontrar soluções adequadas para isso. Nas últimas décadas um olhar mais atualizado sobre o tema mostrou que, apesar da liderança estratégica e orientadora de Recursos Humanos, a responsabilidade por muitos dos fatores que envolvem pessoas é dos gestores e líderes da empresa. Dificilmente h

O que a sua empresa quer comunicar x o que seu cliente quer ver

 Há muito tempo ouvimos a máxima de que o cliente sempre tem razão. O que ainda demora para acontecer é transformar esta convicção em realidade.  O caminho lógico da boa propaganda hoje passa, resumidamente, por três etapas: 1) entender o produto ou serviço, 2) entender o público e 3) construir a narrativa que conecte o produto ao público. Cumprir esses três passos praticamente garante a construção de uma campanha segura e de acordo com as expectativas internas. Mas existe um detalhe que pode comprometer todo um desempenho, e que comumente é feito por muitas empresas: dar peso maior a etapa 1 do que as duas seguintes. E isto se deve por três fatores: primeiro porque as empresas tem muito mais conhecimento e informação de seu produto do que de seus clientes; segundo, o entendimento de que a propaganda vem para servir o produto; e terceiro, que, invariavelmente, ainda é difícil aprovar qualquer tipo de peça que não tenha em destaque o produto ou serviço em questão. Não existe mais regras

Marketing feito a várias mãos

O novo marketing é colaborativo, rápido e construído mais no conceito de pesquisar e ouvir do que no criar ou inventar. O principal desafio dos profissionais da área é encontrar a conexão desses novos insights com o que sua marca quer dizer Don Draper, o publicitário estiloso de Mad Men, dificilmente encontraria uma vaga de trabalho em qualquer empresa atual. A lógica do criativo solitário que concebe suas ideias de fellings e intuitos esporádicos há tempos deixou de ser realidade.  A realidade atual entrega várias ferramentas e informações que facilitam a leitura de cenários e as necessidades dos clientes. Hoje, o trabalho do departamento de marketing está muito mais ligado a ideia de conciliar e organizar essas informações, do que contar com insights geniais. No entanto, para chegar a esse formato de trabalho, trago três pontos essenciais: Organizar a informação Dados é o novo ouro, mas dados isolados, não servem para muita cois. O caminho para transformá-los em informação (e esta in

Como o marketing reinventou a Fórmula 1

 Dar destaque aos pilotos, se abrir para novas plataformas e expor seus bastidores foram alguns dos caminhos que a F1 usou para recuperar seu brilho Se você encontrasse qualquer amante da Fórmula 1 há alguns anos atrás ouviria as mesmas frases: “O campeonato não é mais o mesmo”; “Depois de Senna perdeu a graça”; “Cadê as ultrapassagens?”. É fato que os anos 80 e 90 são considerados seguem considerados os anos de ouro da F1, protagonizado pelas disputas entre Senna, Piquet, Prost e Mansell. De lá para cá, a maior competição do automobilismo do mundo nunca deixou de ser lucrativa e se tornou cada vez mais milionária. Mas perdeu um pouco do seu brilho.  Alguns dos motivos que levaram a isso foi o destaque que as equipes e os carros começaram a ter a partir dos anos 2000, principalmente com a supremacia da Ferrari de Michael Schumacher. Quando o alemão se aposentou, encontramos um campeonato extremamente tático e tecnológico e dominado por uma ou duas escuderias. As ultrapassagens se torna

A Cauda longa da internet

Cada vez mais surgem indícios de que a internet e principalmente as redes sociais, vem deixando de ser um espaço para multidões e se transformando em pequenas audiências (em alguns casos nem tão pequenas assim). A dúvida agora é como as marcas vão migrar para esse novo cenário. O ano era 2005, a internet se espalhava pelo mundo e com a chegada das redes sociais e dos e-commerces se torna parte da nossa vida. Era o surgimento da web 2.0 e de um novo canal de troca de experiências, opiniões e negócios. Tudo encaminhava para uma expansão desse conceito, e da internet trilhar seu próprio caminho para torna-se um local livre e global. Mas o cenário que temos hoje parece não seguir mais esses preceitos, e o que percebemos é um movimento maior para fugir das grandes discussões e uma busca por lugares e opções reservadas e que gerem uma aproximação maior do usuário com seus interesses ou daquilo que ele deseja. Os gigantes da tecnologia, ao perceber essa “fuga dos holofotes”, visível

A lógica de marketing por trás da briga entre XP e Itaú

A intenção aqui não é analisar os interesses das empresas por trás das peças de propaganda, mas a forma e o posicionamento de ambas diante de uma estratégia de ataque, e que acaba revelando muito da sua cultura e valores. Antes de tudo é importante deixar claro duas informações: a primeira é que o Itaú tem 49% de participação da XP, o que em primeira análise leva a gerar especulações sobre um possível jogo de interesses ambíguo e de uma estratégia combinada. E a segunda, é que a propaganda que desencadeou tudo isso foi do Itaú Personnalité, que apesar de ser uma submarca do Itaú, tem público e comunicação totalmente diferentes da marca mãe. Devido à grande participação do Itaú na XP, é bem plausível que a corretora sabia sobre a estratégia de comunicação e de quando seria veiculada. Mas isso não deixa de ser pura especulação. O que acredito é que não houve interferência entre as gestões, e ambos vem jogando com as peças que tem. Sobre o histórico das marcas: A marca Pers

Histórias de marketing para um futuro próximo

Diálogos para um futuro não muito longe Fecha os olhos e se imagine em um futuro não muito longe. Você está em casa com sua família relembrando seu passado e contando para seus filhos sobre como seus hábitos e rotinas mudaram tanto. Saudosista, você lembra do ano 2019, e daquelas situações bobas que te faziam perder um enorme tempo e que agora não existem mais. Como aquela passada no mercado ao final do expediente para pegar o pãozinho quente para o jantar. Da necessidade de agendar um mês antes uma consulta médica, pegar trânsito e filas para 10 minutos de conferência de exames, novas receitas e o agendamento da próxima. Daquele passeio no shopping para ver vitrines e quem sabe provar alguma peça e aquela passada rápida no banco para sacar dinheiro para alguma necessidade. - Porque você precisava de dinheiro, pai? Para quando saísse sem smartphone ou algum wearable? - Não filho. Alguns locais ainda não aceitavam nem cartão de crédito naquela época. Então às vezes era necessário.

Lei da oferta e procura e a sustentabilidade no mercado atual

O mercado diz que o cliente tem sempre a razão. Mas será mesmo que essa máxima é verdadeira? E que papel tem o marketing dentro de uma economia cada vez mais global e insustentável? Durante essa pandemia uma frase que não vou lembrar o autor rolou solta pela internet: “as pessoas estão comprando apenas o essencial e necessário e a economia está parando”. É obvio que a frase é muito oportunista e não reflete a realidade e gravidade do momento. Setores como turismo, serviços, cultura e lazer, por exemplo, que, apesar de não serem de primeira necessidade, tem fator importante na vida humana. Isso quem nos dizia era Maslow ainda na década de 50. Após atendermos nossas necessidades fisiológicas, tendemos, naturalmente a seguir em busca de novas realizações. Porém a frase também trás um fundo de verdade e que merece a reflexão. Será mesmo que a forma como consumimos produtos e serviços é, de fato, necessário e vem para atender algum os níveis de necessidades de Maslow? Quem dá

Consumismo em tempo de coronavirus

Esse tempo de quarentena vem trazendo boas discussões sobre o que é essencial ou não para as nossas vidas. Independente das empresas que seguem abertas e das que estão fechadas, vale um olhar pessoal para cada um de nós e perceber se, de fato, tudo o que temos em casa é justificável e faz algum sentido em nosso cotidiano, ou foram apenas impulsos externos que alimentaram um desejo de compra. Vivemos sobre a ótica de um mercado movido pelo crescimento a qualquer custo. A conta é simples, mais consumo reflete em mais crescimento econômico, que gera mais riqueza e permite as pessoas a consumir mais. A roda gira dentro do consumo, e quando uma situação como a que estamos vivendo agora impede essa roda de girar, temos o caos instaurado. Apenas por esse argumento é aceitável ver essa situação como um alerta e questionar se essa lógica faz sentido e aonde ela vai nos levar. A lei da procura e oferta é clara em sua concepção. Se eu tenho algo que muitos necessitam, nada mais justo que

Shakespeare e oito exemplos de como não se comportar como líder

São os momentos de crise que exigem o máximo das lideranças. E são estes mesmos momentos que transparecem as maiores fraquezas daqueles que estão a frente do poder. O atual presidente do Brasil mostra para todos o que não fazer em situações como esta.  A intenção aqui não é criar juízo de valor ou fazer uma análise política do que o presidente tem feito nos últimos anos. É um simples olhar sobre a ótica empresarial das ações que o principal governante do país vem executando desde que a crise do novo coronavirus foi implantada. É uma leitura de contexto simples e de pontos óbvios que qualquer empresa com o mínimo conhecimento de gestão já executa. Por fim, a questão não é acusar ou atacar o presidente, mas mostrar como suas atitudes não vem em nada cooperando com seu próprio governo e tomar de exemplo para que tais ações não se repitam. 1. Entenda o contexto onde a sua empresa está inserida Uma das principais falhas do principal chefe de estado do país foi negar a gravidade