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Resolver o problema do cliente não é garantia de sucesso

É comum hoje em dia dizer que para abrir um negócio você precisa resolver um problema ou apresentar uma solução melhor do que aquela que o mercado já oferece. É um fato, mas não é a resposta completa. Junto a resolução do problema em si, existem outras etapas cruciais que definem se um produto ou serviço vai ganhar mercado ou não, e ambas dependem de um olhar de marketing para o negócio.


Faça um teste: quando estiver em uma situação em que precise de uma solução mais prática, ou pensou em algo que ajudaria no seu dia a dia, tente dar um google. Provavelmente essa solução já existe. A toda hora inúmeras boas ideias de negócios são criadas e prototipadas, das quais a minoria avança até o estágio de ser comercializada e virar de fato uma mercadoria ou serviço. O mercado é acirrado e concorrido, e, ao menos que sua ideia seja algo sem precedentes, ela precisa entregar valor ao consumidor. Ou melhor, o consumidor precisa perceber o valor do produto.

O valor percebido pode ficar claro para alguns e ao mesmo tempo ser nulo para outros, simplesmente pelo fato de que o consumidor não percebeu ainda como o produto pode facilitar a sua vida. É função do marketing, primeiro, fazer-se visto por aquele nicho que entende que pode ser útil, e segundo, dentro da forma ao qual for visto, deixar claro o valor que está entregado.

O Iphone não foi o primeiro smartphone, o Google não foi o primeiro buscador, a Amazon não foi o primeiro e-commerce e o Spotify não foi o primeiro streaming de música. Mesmo assim todos são referências em suas áreas. O motivo é que eles chegaram primeiro ao gosto popular das pessoas, foram percebidos antes da concorrência e souberam manter liderança de mercado baseado em suas características de marca.

E muito do segredo desse sucesso está no valor percebido por essas marcas, seja como o Iphone, que praticamente criou a necessidade de ter um smartphone em seu lançamento, seja para algo muito mais simples, como uma nova funcionalidade dentro de um app ou um novo utensílio doméstico.

No Brasil, quem faz muito bem isso é a Polishop. Apesar de usar de uma propaganda antiga e até mesmo caricata, seus comerciais convencem qualquer espectador da real necessidade daqueles produtos. 

De certa forma, é um pouco de Polishop que cada produto ou serviço precisa. Deixar claro e explícito como aquela solução pode ajudar e melhorar seu dia, tanto para aquele público que percebe essa vantagem, quanto para aquele que não percebe, mas que se percebida, será útil.

A função da empresa aqui segue a mesma desde a sua criação; resolver problemas e facilitar a vida das pessoas. E a solução do marketing joga esse mesmo jogo, ao transmitir essa mensagem para quem precisa de uma forma que esse público compreenda e entenda.


Se você tem o melhor produto em suas mãos e ele não é visto e percebido pelo seu cliente, ele seguirá sendo um ótimo produto, mas guardado em um estoque.

 

Não, produto bom não se vende sozinho. A cada dia o mundo é inundado por propaganda e discursos tentando oferecer a melhor solução. Se você tem o melhor produto em suas mãos e ele não é visto e percebido pelo seu cliente, ele seguirá sendo um ótimo produto, mas guardado em um estoque.

E não dá para concluir esse texto sem falar de confiança e credibilidade. Qualquer empresa pode criar o discurso da solução perfeita e ideal. Mas se ela não se materializa, dificilmente veremos algum desenvolvimento a longo prazo. O discurso de marketing franco e direto só faz sentido quando fala a verdade e respeita seu público. Aliás, essa mesma confiança e credibilidade são pontos extremamente valiosos e que contribuem cada vez mais na decisão de compra do consumidor. Unindo todos esses fatores, a lógica de vender algo útil para quem realmente precisa a um preço justo tende a se concretizar, e o cabo de conexão desses três fatores é o marketing.


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