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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Ciclos - e os melhores de 2018

Foi um baita ano, assim como vem sendo todos os anteriores. Mas podemos dizer que 2018 teve acontecimentos que o colocaram fora da curva em vários fatores. E talvez a principal palavra para isso tudo foi mudança: mudança profissional, mudança pessoal, mudança de hábitos e mudanças internas. Profissionalmente porque, mais do que uma troca de emprego, passei por importantes conscientizações profissionais que fizeram a mudança de emprego ser apenas uma consequência. Neste ano o trabalho deixou de ser uma ambição por carreira e tomou o rumo de um caminho por um legado e um novo modo de vida. Sou apaixonado pelo que faço e pelo mercado onde estou inserido, mas sei que nem eu e nem ele são perfeitos, e comecei a perceber conflitos entre os rumos que minha carreira tomava e o que eu acredito. Entendo que consegui nortear bem esse caminho, rumo a algo que acredito, sei fazer e posso contribuir para uma sociedade melhor. Mas para tomar essa atitude abri mãos de um local e de pessoas incrí

Roma (2018)

Existe um jeito bem simples, ao menos para mim, de definir se um filme cumpriu seu papel de arte ou não: assistir aos créditos finais, ou mais precisamente, ficar parado em frente a tela enquanto eles rolam. Os créditos cumprem uma importante tarefa após o filme, que é lentamente, tirar o espectador daquela realidade e recolocá-lo no mundo atual. No caso de Roma, essa tarefa não foi nada fácil, tamanha a imersão que o diretor, roteirista, fotógrafo e editor Alfonso Cuarón proporcionou em suas duas horas e quinze minutos. Esta aliás, é sem dúvida a maior qualidade de seu novo trabalho que vem para colocá-lo de vez na lista dos principais diretores da atualidade. Em Roma (Roma, 2018) acompanhamos a vida de Cleo (Yalitza Aparicio), uma empregada doméstica que vive nos fundos da casa de seus patrões junto a mais uma empregada (Nancy Garcia). A família é composta por um casal e quatro filhos e pertencem a uma classe média-alta do bairro Roma, na cidade do México. Desde seu prime

Aquaman (2018)

A principal diferença entre os atuais filmes da Marvel e DC Comics é bem nítida. Enquanto a primeira insere dramas humanos e um tom de humor a seus longas, o que traz uma fácil empática com o público. A segunda aposta em conflitos internos e em ambientes mais sombrios. Estas são apenas as atuais propostas do jogo, o que não define em nada o sucesso ou fracasso das franquias. Em Aquaman (2018), filme mais recente da DC, o estilo padronizado dos últimos títulos é deixado de lado para uma história mais leve e que propositalmente não se leva muito a sério. O resultado disso é um filme belo plasticamente, mas que sofre com um roteiro de muitas histórias e personagens caricatos e superficiais. Os primeiros 15 minutos de Aquaman são muito bem construídos. O início de um filme normalmente tem o papel de inserir o espectador na história e datar o ritmo que a história vai tomar. Infelizmente esse prólogo é o que dê melhor Aquaman oferece. A introdução à origem do personagem e o arco dr

A Vida em Si (2018)

A vida em si tem um nome importante em seus créditos: Dan Fogelman. Roteirista que iniciou a carreia escrevendo alguns filmes para a Disney, mas que ganhou a atenção mundial quando produziu e escreveu a série This is Us. E para todo e qualquer fã da família Pearson, apenas por conter o nome de Fogelman na produção de qualquer filme, este já merece atenção. Imagine então no caso de A vida em si (Life Itself, 2018), onde Fogelman também escreve e dirige. Antecipando o que todos esperam: sim, são duas horas inteiras de This is Us. E antes de falar diretamente do filme, preciso novamente citar This is Us para justificar sobre o que este filme conta: relações humanas. Mesmo glamourizando muitos aspectos cotidianos e idealizando em demasia alguns personagens, existe um ponto que This is Us é irretocável. O modo e a forma como as pessoas influenciam nosso modo de ser, atitudes e por consequência toda a nossa vida. É seguindo essa trilha que “A vida em si” se apresenta, onde acompan

Não existe planejamento sem estratégia 2/2

No texto anterior foi vista a importância de ter um trabalho em marketing arquitetado e conciso. Isso é parte extremamente importante do processo, mas não toda. Em verdade, aqui entra um ingrediente essencial, que transforma qualquer campanha em sucesso ou fracasso. Antes de qualquer exposição externa, a estratégia de marketing deve estar alinhada com a estratégia de negócios da empresa. A empresa tem que ser coesa com aquilo que acredita e não é errado, por exemplo, estar alinhada a uma oportunidade que o próprio mercado oferece. O Walmart há décadas se posiciona como atacadista de preços baixos. Quem vai até lá busca preço, e sabe que em troca não vai encontrar muito conforto ou o atendimento pessoal que recebe no mercado da esquina de casa. A questão aqui é a estratégia de marketing ser fiel ao negócio da empresa. Quando isso ocorre, a empresa é justa com seus clientes, seus funcionários, seus acionistas e stakeholders. Uma campanha de marketing triunfa quando entrega ao

O Primeiro Homem

Damien Chazelle tem 33 anos, é estadunidense e dirigiu apenas três filmes. No segundo filme, (Wiplash, 2014), conseguiu cinco indicações ao Oscar, no terceiro (La la land, 2016), treze indicações e o Oscar de melhor diretor, tornando-se a partir de então o mais novo cineasta a receber a estatueta. Esse é um rápido resumo da carreira do diretor que assumiu para si a reprodução para os cinemas da biografia oficial e autorizada de Neil Armstrong, uma das maiores personalidades da história e logo vocês saberão porque iniciei esse texto falando dele. Durante as quase duas horas e meia de projeção de O Primeiro Homem, acompanhamos Neil (Ryan Gosling) durante seus prováveis mais importantes anos da vida, do seu egresso na Nasa, o início das missões Apollo e a tão esperada descida à Lua durante a missão Apollo 11. A chegada do homem à Lua talvez seja a história mais fantástica da humanidade. Por si só ela teria todos os ingredientes para a construção de um gigantesco blockbuster di

Nasce uma estrela (2018)

Vi esse filme já a algumas semanas, mas apenas agora me senti à vontade para escrever sobre. Isso porque, em sua segunda camada, “Nasce uma estrela” mostra-se denso e pesado. E não há como negar ser esse seu principal destaque, tirando-o do patamar de filme mediano e justificando o status atemporal de uma história que vem sendo recontada há mais de 80 anos. “Nasce uma estrela” conta a história de Jackson Maine (Bradley Cooper, que também dirige o filme), um consagrado cantor country que sofre de alcoolismo e vive um momento de reencontro a traumas do passado. Ocasionalmente encontra Ally (Lady Gaga) e descobre nela um potencial musical e um grande amor. É a quarta vez que a história de “Nasce uma estrela” é contada no cinema, e só por esse fato é questionável a necessidade de tamanhas regravações. No entanto, mesmo com uma história batida, o diretor consegue desenvolver originalidade ao roteiro, fugindo de uma possível trama tradicional e tocando em pontos fortes na vid