Há muito tempo ouvimos a máxima de que o cliente sempre tem razão. O que ainda demora para acontecer é transformar esta convicção em realidade.
O caminho lógico da boa propaganda hoje passa, resumidamente, por três etapas: 1) entender o produto ou serviço, 2) entender o público e 3) construir a narrativa que conecte o produto ao público. Cumprir esses três passos praticamente garante a construção de uma campanha segura e de acordo com as expectativas internas. Mas existe um detalhe que pode comprometer todo um desempenho, e que comumente é feito por muitas empresas: dar peso maior a etapa 1 do que as duas seguintes. E isto se deve por três fatores: primeiro porque as empresas tem muito mais conhecimento e informação de seu produto do que de seus clientes; segundo, o entendimento de que a propaganda vem para servir o produto; e terceiro, que, invariavelmente, ainda é difícil aprovar qualquer tipo de peça que não tenha em destaque o produto ou serviço em questão.
Não existe mais regras no mundo do marketing, e estes pré-conceitos exigem mudanças cada vez mais rápidas das empresas. Entender que o produto precisa ser a principal atração dentro de uma peça publicitária, é um deles. E isso não significa que não deva ser, há muitos casos em que se faz necessário, mas não em todos, e cada vez menos.
qualquer peça publicitária deve agradar o seu público, e não quem trabalha na empresa.
O motivo disso, é justamente a etapa dois citada acima: entender o público. Parece engraçado dizer isso, mas as vezes o óbvio não é lembrado: qualquer peça publicitária deve agradar o seu público, e não quem trabalha na empresa. E é bem difícil que qualquer consumidor acorde com o desejo de assistir a uma propaganda, senso assim só há dois caminhos a serem perseguidos pelas marcas para atrair um público:
1. Atender a dor atual do cliente
Essa é uma decisão cirúrgica e pontual. Aonde, muito mais que criatividade, o principal objetivo da peça é mapear e encontrar os canais aonde seu público está. E para isso o digital é um universo novo de possibilidades. A criação segue extremamente necessária, mas nesse caso ela vem para dar destaque e diferenciar aquilo que você busca vender. Entenda: nesse caso, atender a dor do cliente é algo que realmente ele busca e no momento em ele precisa. O timming é fundamental. Por exemplo: shampoo para calvície, oferta de pizza em um sábado à noite com chuva; condições de preço extremamente compensatórias para clientes que já buscaram determinado produto
2. Entregar conteúdo relevante
Para qualquer outro momento, dificilmente seu produto será visto ou lembrado pelo seu cliente, se não apresentado no formato de um conteúdo agradável e de interesse dele. Seja pelo humor, pelo conhecimento, pela conexão com a marca. E aí entra a linha tênue do problema mencionado no início desse texto: a importante percepção de que o que interessa para a marca talvez não interesse necessariamente ao público.
Para ter clareza sobre esse ponto é importante sempre manter a proximidade com o público. É ele que dá as respostas. E para essas situações, cada vez mais a mídia tradicional deixa de ser relevante e novas ferramentas e opções de entretenimento surgem para cumprir essa função. Não por acaso, os tênis da Air Jordan e os itens do Chicago Bulls explodiram em vendas não pela propaganda impulsionada este ano, mas pela série Last Dance, protagonizada por Michael Jordan e assistida por milhões de pessoas em todo o mundo na ESPN e Netflix.
O marketing hoje trás muito mais possibilidades e opções de contato com seu público do que nas décadas passadas. O que ainda não mudou é a necessidade de conexão e compreensão do seu público, e a importância de contar boas histórias.
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