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Mostrando postagens de 2016

Sobre a Chape!

O mundo mudou desde terça-feira, não tenho dúvidas! Eu sou e sempre vou ser um otimista em relação a humanidade. Acredito que o ser humano está em constante evolução. Estamos longe de sermos considerados uma raça evoluída. Muito longe! Temos defeitos horríveis. Esse mundo de hoje, que tem tantas maravilhas, mas também tanta tristeza é culpa nossa. É culpa da nossa ganância, do nosso ego e do nosso egoísmo. Não conseguimos conviver em harmonia com os outros. Sempre encontramos problemas, empecilhos e dificuldades para lamentar. Se não encontramos, criamos. Qualquer coisa é motivo para stress, incomodo, ofensas e ameaças. A segunda-feira é o dia mais odiado do mundo. Vivemos esperando o final de semana e as férias. E tudo, o trabalho, o clima, a família, o vizinho, a namorada, o time de futebol é motivo e reclamação. E vivíamos tempos difíceis! Estávamos descrentes. Ver qualquer noticiário era vergonhoso. Escândalos envolvendo toda a classe política do país, sem exceção, sur

O Clube do Povo

O Inter caiu porque esqueceu que é o Clube do Povo. Mudou um dos slogans mais incríveis do mundo para "O Campeão do Tudo", algo passageiro e principalmente arrogante. Arrogância essa que acompanhou toda a gestão de Vitório Píffero e que nos levou aonde estamos hoje. Gosto de analogias futebolísticas, e o Inter adora imitar a vida. Para nós, colorados que viveram os anos 90 e início dos 2000, o que aconteceu com o nosso time em 2006 foi algo fora do comum. Vivemos anos gloriosos, inesquecíveis. Era bom ser colorado! Alcançamos o topo do mundo, e tínhamos todas as condições de nos mantermos lá em cima: um estádio fantástico, investidores, patrocínios, mídia a todo instante, uma excelente categoria de base, boas gestões e principalmente, uma torcida fanática e apaixonada. Éramos 130 mil sócios. O maior clube do Brasil e entre os dez maiores do mundo. Vivíamos anos gloriosos. Mas como a vida, nada dura para sempre. E a boa fase passou. O sucesso subiu à cabeç

Aerosmith

Eu sou cria dos anos 90, então queria mesmo era ver hit atrás de hit do vocalista de roupas extravagantes e jeitos e trejeitos exagerados. Conheci Steven Tyler e companhia no lançamento do clip de Fly Away From Here, em 2001. Apresentado como o clip mais caro da história até então, e ambientado em um ambiente futurista, com direito a luta de robôs e Jessica Biel, a música me pegou na hora. Fui atrás de quem era aquela banda e me surpreendi duas vezes. Uma por serem os mesmos músicos da música tema do filme Armagedon, que mais tarde fui entender como a fantástica I Don’t Want to Miss A Thing. E outra por se tratar de uma banda ativa desde 1970. Talvez esse seja a principal resposta para o Aerosmith ainda fazer sucesso depois de 46 anos de estrada. E o que se viu no Anfiteatro Beira-Rio na noite de ontem foi um compilado de hits que buscaram agradar a incríveis três gerações de fãs. Da arquibancada, em minha frente via três casais com seus 30 a 40 anos. Ao meu lado, uma senhora de

A Incrível História de Adaline

A Incrível História de Adaline (The Age of Adaline, 2015), é um melodrama convicto, que mistura viagem no tempo, astronomia, ficção e realidade. Uma história leve, que não pede uma visão mais apurada de seus personagens, mas agrada e simpatiza em seu tom. Na trama, Adaline é uma mulher que, após um acidente de carro, perde a capacidade de envelhecer, ficando “presa” aos seus 29 anos. O desenrolar da história traz a protagonista lutando para viver sua vida, ao mesmo tempo que esconde seu segredo do mundo. Fato este que a impede de manter relacionamentos duradouros, mudando-se de cidade a cada década. Diferente de outros filmes que abordam a questão de viagem no tempo, Adaline entende sua condição como uma maldição, como fator que a prende ao seu mundo, escondida, e sem a liberdade de revelar seu segredo aos outros. O filme não busca aprofundar-se muito na personalidade da protagonista, desenrolando-se como uma carona passageira por momentos de sua vida. E, assim como não b

O Brasil precisa voltar a ser sede olímpica!

Diferente do que muitos pensam, o Brasil sim, tem solução: precisamos urgentemente criar um projeto para transformar o Rio como sede das Olimpíadas de 2024, caso não seja possível conversar com Tóquio para sediarmos ainda em 2020. É a única forma de trazer de volta um Brasil que dá certo. Talvez para os que não acompanharam intensamente os jogos, não tenham percebido a tamanha distonia de sensações. Mas para os brasileiros, que apaixonados por esporte como eu, peregrinavam entre os canais de esporte durante as duas semanas olímpicas, o que passamos hoje são seguidas e intermináveis duchas de água fria. Explico: A Olimpíada nos trouxe o que temos de melhor. E mostrou isso ao mundo da melhor forma possível! Tudo apareceu de maneira intensa na Cerimônia de Abertura dos jogos. Este, talvez o maior evento que nosso pais já apresentou. Naquelas três horas celebramos a nós mesmos. Contamos a nossa história e mostramos ao mundo o que nos faz únicos. Nossa vibração, nossa alegria, noss

O Ano Mais Violento

Eu deveria ter assistido a esse filme de terno, tanto é a classe e sofisticação que cada cena “O Ano Mais Violento”, longa escrito e dirigido por J. C. Chandor apresenta a seu público. Trabalhado com uma fotografia fantástica de tons amarelos, o diretor compõe uma charmosa e obscura Nova York dos anos 80 por meio de uma câmera que parece deslizar frente aos olhos do espectador. Junto a isso, uma trilha sonora que mistura muito do R&B, blues e jazz característicos da região, complementa perfeitamente o cenário para a trama. O filme conta a história de Abel Morales (Oscar Isaac), um empresário do ramo do petróleo que durante a compra de um importante terreno para ampliar seu negócio, vê seus caminhões serem roubados misteriosamente e sua empresa ser investigada pela polícia local por possíveis irregularidades fiscais. Mais do que a luta por manter sua empresa nos trilhos, “O Ano Mais Violento” fala sobre os percalços que uma sociedade gananciosa oferece e o quanto é difícil s

Volver

Falar de Almodóvar nunca é fácil. Uma das características do cineasta espanhol é seu atrevimento e coragem em propor nas telas seus conceitos e ideias. E é de atrevimento e coragem que se faz esse texto, ao tentar transpor em palavras um pouco de um dos filmes que mais aprecio em sua filmografia: Volver. Volver conta a história de Raimunda (Penélope Cruz), mulher casada e com uma filha de 14 anos, que ainda tenta superar a morte de sua mãe, enquanto cuida da tia. A personagem de Cruz, inclusive, é quem carrega o filme por completo e dá alma à trama. Cada cena da atriz renova o filme, que composto por um excelente roteiro, nunca deixa a história se esvair ou perder força. Não à toa, em muitas vezes vemos Penélope enquadrada ao centro da tela, tomando para si toda a sustentação do longa. Traduzindo essa percepção para a personagem Raimunda, é assim que ela também encara a sua vida. Uma vez que, mesmo com um casamento complicado, dificuldades financeiras crescentes e um passado

Anomalisa

O problema de Anomalisa é que ele é um filme tão humano, mas tão humano, que incomoda de tão semelhante a realidade. E sim, estamos falando de uma animação em stop motion. Acontece que também estamos acostumados a ver no cinema a essência a vida, seus melhores momentos ou sua idealização. E isso faz com que quando ela é apresentada em sua forma crua, simples e... tediosa, não seja bem vista. Afinal, a magia do cinema não é justamente pular as partes chatas e mostrar o que realmente todos querem ver? Em Anomalisa, Michael Stone é um palestrante motivacional que passa por uma crise existencial e busca por algo diferente e que mude sua vida. Acompanhamos um dia de sua vida, durante uma estadia em Cincinnati, aonde fará uma palestra sobre técnicas de atendimento. O protagonista está infeliz, não se encontra no mundo e busca por algum “milagre” que o tire de um tédio insuportável. E desde o primeiro minuto de projeção somos jogados integralmente a este tédio. A proposta do diretor

Like a Rolling Stones

De acordo com a minha humilde opinião, o Rolling Stones não é a melhor banda de rock do mundo, mas definitivamente é a maior! Ninguém explica os mais de 50 anos de carreira de Mick, Keith, Ron e Charlie e ninguém explica como, depois de tanto tempo vivido, os quatro consigam fazer um espetáculo tão enérgico e vibrante quanto o ocorrido ontem em Porto Alegre. A música selecionada pelo público para a noite pareceu prenunciar as duas horas e vinte minutos que viriam. “Lets spend the night together” foi um convite dos músicos aceito de imediato a todos que lotavam o Beira-Rio. Mick Jagger não parou um segundo, e era impossível ficar parado vendo ele dançar, sapatear e fazer o moon walk no meio de uma chuva interminável que não quis deixar a festa, iniciando pontualmente junto com o show. Junto a eles toda a arquibancada estava de pé, ou gritando, ou aplaudindo, ou cantando, ou simplesmente saboreando aqueles momentos únicos e históricos. Junto a Mick, o carisma absurdo de Keith c

She's a Rainbow

Texto de: 20/06/2010 Engana-se Sr. Mick Jagger, Ela não é como o arco-íris, Não posso compará-la. Um arco-íris aparece somente após as chuvas de verão, Ela me encanta nos momentos que menos imagino, Surpreendendo-me em cada frase. Um arco-íris tem sete cores. O olhar dela transparece uma única cor, que destrói qualquer outra palavra. Um arco-íris tem o céu como paisagem, depende do Sol para aparecer. Ela sozinha transforma qualquer ambiente, e o sorriso dela ilumina qualquer lugar. Um arco-íris esbanja sua beleza para qualquer um, Ele é comum, todo mundo conhece um arco-íris. Ela, guarda sua beleza a sete chaves, atrás do pote de ouro, poucos conseguem encontrá-la, muito menos decifrá-la. O Arco-íris, Sr. Jagger, não dura mais de dez minutos. O gesto dela ou o toque de sua pele me perseguem pela vida inteira. Então, Sr. Jagger, não me faça perder mais tempo tentando compará-la com seu fraco e mesquinho arco-íris. Pois o seu arco-íris, eu encontrarei no pró

Apostas Oscar 2016

Mais um Oscar pela frente e segue a tradição das apostas na premiação. Não consegui ver vários dos indicados, uma pena. Ao final, as notas aos filmes assistidos: Melhor filme Indicados: "A grande aposta" "Ponte dos espiões" "Brooklyn" "Mad Max: Estrada da fúria" "Perdido em Marte" "O regresso" "O quarto de Jack" "Spotlight: Segredos revelados" APOSTA: "O regresso" TORCIDA: "Mad Max: Estrada da fúria" Melhor ator Indicados: Bryan Cranston ("Trumbo") Matt Damon ("Perdido em Marte") Leonardo DiCaprio ("O regresso") Michael Fassbender ("Steve Jobs") Eddie Redmayne ("A garota dinamarquesa") APOSTA: Leonardo DiCaprio ("O regresso") TORCIDA: Leonardo DiCaprio ("O regresso") Melhor atriz Indicados: Cate Blanchett ("Carol") Brie Larson ("O quarto de Jack") Jennifer

David Bowie

Soube cedo da notícia, o que me permitiu viajar ouvindo Starman no volume máximo do carro. A viagem me fez lembrar de dois episódios envolvendo David Bowie: o primeiro muito cedo, quando ele surgiu na minha vida travestido de Astronauta de Mármore, na banda que tranquilamente foi a primeira a me tornar fã. Levei anos até descobrir que a música era uma regravação sua. O que abriu minha visão aos tantos universos criados por Bowie. O segundo foi muito tarde, ao assistir no fim do ano o filme “Perdido em Marte” e reencontrar Starman, aí como trilha sonora cinematográfica. O fato de gritar em silêncio os versos da música em um cinema lotado reviveu o peso e a grandiosidade de Bowie. Ouvi Blackstar no Spotify no último sábado. Um dia depois de seu lançamento e dois dias antes de sua morte. Mesmo lutando contra um câncer que há tempos o atormentava, a perda de Bowie é irreparável. Dentre tantos estilos próprios, sua identidade alienígena, com músicas falando sobre o espaço, estrelas a pl