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Mostrando postagens de maio, 2010

Relato

O que move o homem não é o estar É o ser Movido por forças que contraem O que se imagina Rebaixado por insanos Que permitem Transtornado por fatos Que reprovam O que move o homem é o céu Que inspira e provoca É o tempo Que atordoa que intriga É a lagrima Que dói e aflige A chuva é um fator O vento é um fator A fumaça um fator Fútil habitante da noite Que se obriga a viver do dia Imprestável senhor dos sons Que silencia tudo o que sente Viver se resume em criar situações E esquecer-se de vivê-las Viver momentos é menosprezar o todo Viver o todo é esquecer o sentido do prazer Uma noite, Um espaço de tempo, Uma vida, Um segundo! O que move o homem não é a vida, É a morte!

Sob Um Céu de Blues...

Talvez fosse a chuva e aquele clima ficcional formado por ela em conjunto a uma noite cinzenta de um inverno gelado. Ao mundo, era mero figurante ao qual contracenava junto à soberania dos demais protagonistas em cena. Uma parada de ônibus vazia, uma longa baforada de cigarro e tudo que prossegue pertence àquela visão, a qual me via atuante. De cenário rotineiro a muitos para irreal a poucos, este me valeu o papel e a caneta para transcrever minha pequenez, transparecer tal fragilidade, tomar nota de algo que não é meu, tampouco daquele qual viveu certo passado. O que escrevo pertence apenas aquela noite, a qual por meros segundos fiz parte. O cheiro de chuva conforta. Tudo o que queria era estar só, fazer-me grão-maior do pouco que era. Aquele espaço de tempo me elevou a outro mundo, este sem propósito, apenas como uma visita a um cenário do qual já sabia o caminho, mas não como encontrá-lo. Alívio! De saber de sua existência, de modo inconsciente, mas que leva peso ao entrar em

Sonhos

A minha relação com eles não foi lá das mais amigáveis. Irritava-me quando chegava à escola pela manhã e ouvia todos meus colegas contando histórias sobre eles e eu sem uma para ao menos guardar de lembrança. Confesso que eles têm parte importante na minha vida. Adorava quando neles estava, e odiava quando os mesmos acabavam ou como na maioria das vezes, eram interrompidos. Lembro-me de quando voltava deles rindo alto, assustado, às vezes triste por voltar à realidade, atordoado, chorando, desesperado, animado, reflexivo... Mil e uma feições com certeza, nenhuma de razão comparável. Quando neles estava, a realidade era incrível, parecia estar vivendo-os realmente, mas ao primeiro segundo de retorno a “terra firme”, eles viravam uma lembrança vaga, que iria se apagar completamente durante os cinco minutos seguintes. Lembro-me de varias situações, mas a que mais me causa estranheza ocorreu quando ao voltar, sem despertador e nenhum barulho aparente, sob um profundo silêncio, abro