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Mostrando postagens de 2018

Ciclos - e os melhores de 2018

Foi um baita ano, assim como vem sendo todos os anteriores. Mas podemos dizer que 2018 teve acontecimentos que o colocaram fora da curva em vários fatores. E talvez a principal palavra para isso tudo foi mudança: mudança profissional, mudança pessoal, mudança de hábitos e mudanças internas. Profissionalmente porque, mais do que uma troca de emprego, passei por importantes conscientizações profissionais que fizeram a mudança de emprego ser apenas uma consequência. Neste ano o trabalho deixou de ser uma ambição por carreira e tomou o rumo de um caminho por um legado e um novo modo de vida. Sou apaixonado pelo que faço e pelo mercado onde estou inserido, mas sei que nem eu e nem ele são perfeitos, e comecei a perceber conflitos entre os rumos que minha carreira tomava e o que eu acredito. Entendo que consegui nortear bem esse caminho, rumo a algo que acredito, sei fazer e posso contribuir para uma sociedade melhor. Mas para tomar essa atitude abri mãos de um local e de pessoas incrí

Roma (2018)

Existe um jeito bem simples, ao menos para mim, de definir se um filme cumpriu seu papel de arte ou não: assistir aos créditos finais, ou mais precisamente, ficar parado em frente a tela enquanto eles rolam. Os créditos cumprem uma importante tarefa após o filme, que é lentamente, tirar o espectador daquela realidade e recolocá-lo no mundo atual. No caso de Roma, essa tarefa não foi nada fácil, tamanha a imersão que o diretor, roteirista, fotógrafo e editor Alfonso Cuarón proporcionou em suas duas horas e quinze minutos. Esta aliás, é sem dúvida a maior qualidade de seu novo trabalho que vem para colocá-lo de vez na lista dos principais diretores da atualidade. Em Roma (Roma, 2018) acompanhamos a vida de Cleo (Yalitza Aparicio), uma empregada doméstica que vive nos fundos da casa de seus patrões junto a mais uma empregada (Nancy Garcia). A família é composta por um casal e quatro filhos e pertencem a uma classe média-alta do bairro Roma, na cidade do México. Desde seu prime

Aquaman (2018)

A principal diferença entre os atuais filmes da Marvel e DC Comics é bem nítida. Enquanto a primeira insere dramas humanos e um tom de humor a seus longas, o que traz uma fácil empática com o público. A segunda aposta em conflitos internos e em ambientes mais sombrios. Estas são apenas as atuais propostas do jogo, o que não define em nada o sucesso ou fracasso das franquias. Em Aquaman (2018), filme mais recente da DC, o estilo padronizado dos últimos títulos é deixado de lado para uma história mais leve e que propositalmente não se leva muito a sério. O resultado disso é um filme belo plasticamente, mas que sofre com um roteiro de muitas histórias e personagens caricatos e superficiais. Os primeiros 15 minutos de Aquaman são muito bem construídos. O início de um filme normalmente tem o papel de inserir o espectador na história e datar o ritmo que a história vai tomar. Infelizmente esse prólogo é o que dê melhor Aquaman oferece. A introdução à origem do personagem e o arco dr

A Vida em Si (2018)

A vida em si tem um nome importante em seus créditos: Dan Fogelman. Roteirista que iniciou a carreia escrevendo alguns filmes para a Disney, mas que ganhou a atenção mundial quando produziu e escreveu a série This is Us. E para todo e qualquer fã da família Pearson, apenas por conter o nome de Fogelman na produção de qualquer filme, este já merece atenção. Imagine então no caso de A vida em si (Life Itself, 2018), onde Fogelman também escreve e dirige. Antecipando o que todos esperam: sim, são duas horas inteiras de This is Us. E antes de falar diretamente do filme, preciso novamente citar This is Us para justificar sobre o que este filme conta: relações humanas. Mesmo glamourizando muitos aspectos cotidianos e idealizando em demasia alguns personagens, existe um ponto que This is Us é irretocável. O modo e a forma como as pessoas influenciam nosso modo de ser, atitudes e por consequência toda a nossa vida. É seguindo essa trilha que “A vida em si” se apresenta, onde acompan

Não existe planejamento sem estratégia 2/2

No texto anterior foi vista a importância de ter um trabalho em marketing arquitetado e conciso. Isso é parte extremamente importante do processo, mas não toda. Em verdade, aqui entra um ingrediente essencial, que transforma qualquer campanha em sucesso ou fracasso. Antes de qualquer exposição externa, a estratégia de marketing deve estar alinhada com a estratégia de negócios da empresa. A empresa tem que ser coesa com aquilo que acredita e não é errado, por exemplo, estar alinhada a uma oportunidade que o próprio mercado oferece. O Walmart há décadas se posiciona como atacadista de preços baixos. Quem vai até lá busca preço, e sabe que em troca não vai encontrar muito conforto ou o atendimento pessoal que recebe no mercado da esquina de casa. A questão aqui é a estratégia de marketing ser fiel ao negócio da empresa. Quando isso ocorre, a empresa é justa com seus clientes, seus funcionários, seus acionistas e stakeholders. Uma campanha de marketing triunfa quando entrega ao

O Primeiro Homem

Damien Chazelle tem 33 anos, é estadunidense e dirigiu apenas três filmes. No segundo filme, (Wiplash, 2014), conseguiu cinco indicações ao Oscar, no terceiro (La la land, 2016), treze indicações e o Oscar de melhor diretor, tornando-se a partir de então o mais novo cineasta a receber a estatueta. Esse é um rápido resumo da carreira do diretor que assumiu para si a reprodução para os cinemas da biografia oficial e autorizada de Neil Armstrong, uma das maiores personalidades da história e logo vocês saberão porque iniciei esse texto falando dele. Durante as quase duas horas e meia de projeção de O Primeiro Homem, acompanhamos Neil (Ryan Gosling) durante seus prováveis mais importantes anos da vida, do seu egresso na Nasa, o início das missões Apollo e a tão esperada descida à Lua durante a missão Apollo 11. A chegada do homem à Lua talvez seja a história mais fantástica da humanidade. Por si só ela teria todos os ingredientes para a construção de um gigantesco blockbuster di

Nasce uma estrela (2018)

Vi esse filme já a algumas semanas, mas apenas agora me senti à vontade para escrever sobre. Isso porque, em sua segunda camada, “Nasce uma estrela” mostra-se denso e pesado. E não há como negar ser esse seu principal destaque, tirando-o do patamar de filme mediano e justificando o status atemporal de uma história que vem sendo recontada há mais de 80 anos. “Nasce uma estrela” conta a história de Jackson Maine (Bradley Cooper, que também dirige o filme), um consagrado cantor country que sofre de alcoolismo e vive um momento de reencontro a traumas do passado. Ocasionalmente encontra Ally (Lady Gaga) e descobre nela um potencial musical e um grande amor. É a quarta vez que a história de “Nasce uma estrela” é contada no cinema, e só por esse fato é questionável a necessidade de tamanhas regravações. No entanto, mesmo com uma história batida, o diretor consegue desenvolver originalidade ao roteiro, fugindo de uma possível trama tradicional e tocando em pontos fortes na vid

Não existe marketing sem planejamento 1/2

Façamos a seguinte exercício de imaginação: você tem um importante evento hoje à noite que visa angariar fundos para uma instituição beneficente que você apoia. Junto ao convite, foi solicitado um depoimento seu com o objetivo de convencer os demais convidados a também apoiarem a entidade. Para isso, o evento estará lhe dando cinco minutos durante o cerimonial para você usar da forma que melhor lhe convir. A partir deste cenário, uma pergunta: de que forma você irá convencer os demais convidados? Utilizei esse exemplo por que, para muitos, a interpretação de marketing pode muito bem ser resumida nos cinco minutos que você terá disponível para apresentar-se, vender-se, ou como diz a expressão: “fazer seu marketing”. No entanto eu discordo muito desse ponto de vista, e para justificá-lo, peço para darmos dois passos para trás: É fácil nessa situação avaliar em específico os cinco minutos proporcionados. E é comum esquecer todo o retrospecto que o levou a ter o direito daquel

Campanha da Nike com Colin Kaepernick é marco para o marketing 3.0

No último dia 3, ao celebrar 30 anos da campanha Just do It, a Nike fez história ao lançar o comercial Crazy Dream com Colin Kaepernick, astro de futebol americano da NFL que há dois anos passou a se ajoelhar em campo durante a execução do hino nacional americano como protesto contra a opressão racial no país, num momento em que ocorriam execuções de negros nas ruas do país. O gesto do jogador, que foi seguido por outros jogadores da liga, foi interpretado por muitos como desrespeitoso. Desde então, Kaepernick não consegue emprego em nenhum time na NFL, ao que ele atribui como retaliação ao seu posicionamento político. Resultado: protestos nas redes sociais, pessoas queimando produtos e US$ 43 milhões em mídia espontânea e 31% de aumento de vendas nos três primeiros dias após seu lançamento. Análise: A Nike não é gigante por acaso. A ação logicamente foi muito bem arquitetada e sabendo os riscos que correria. E é justamente esse o fator que torna essa campanha um marco. A Nik

46º Festival de Cinema de Gramado: As Herdeiras; A Voz do Silêncio e Benzinho

Análise sobre os filmes vistos no 46º Festival de Cinema de Gramado: As Herdeiras (Las Heredeiras), de Marcelo Martinessi Vencedor de 6 Kikitos em Gramado. Melhor filme estrangeiro, melhor direção de filme estrangeiro, melhor atriz de filme estrangeiro para Ana Brum, Margarita Irún e Ana Ivanova, melhor roteiro de filme estrangeiro e prêmio especial do Juri e prêmio do Juri Popular para filmes estrangeiros. Nos cinemas Chela (Ana Brun) e Chiquita (Margarita Irún) são duas mulheres de meia idade que vivem juntas, porém diante de dificuldades financeiras optam por vender alguns móveis da casa. A situação se agrava quando Chiquita acaba presa, por dívidas não cumpridas. A partir de então acompanhamos Chela, que começa a oferecer caronas a amigas e conhecidas. Na produção paraguaia dirigida por Marcelo Martinessi, a história em si é o que menos importa. As viagens de carro de Chela, são plano de fundo para viajarmos ao interior dela própria, que se mostra uma tarefa nada

Não confunda plano de ação com estratégia

Construir um plano de ação para deixar claro o que deve ser feito dentro da empresa é, sim, parte importante do processo de execução, mas pode ser a única. A cena é comum em reuniões de equipe: os gráficos são analisados, discutidos e uma decisão é tomada. Aí ele surge, o famoso plano de ação para “colocar no papel” as definições e como atingir o objetivo acordado. O mais famoso deles é o chamado 5W2H e suas inúmeras adaptações. Até aí tudo bem - ou nem tanto -, a questão é viver apenas destes planos sem dar atenção a uma estratégia maior que deve estar por trás deles. Planos de ação são realmente importantes e úteis, porém, apenas para a etapa de execução. O erro se dá quando queremos encaixá-los em todas as etapas de um processo de desenvolvimento empresarial. Um plano de ação representa, de maneira simples, a descrição de um plano para executar uma ação. E por ação entendemos o modo como será executado determinado objetivo. Uma ação isolada dificilmente se mostra boa co

“O Brasil não merece existir”

Eu não gosto do Eduardo Bueno, discordo em praticamente tudo que ele fala. Mas é inegável que de história ele entende, então uso o áudio dele nesse link para introduzir esse texto: Não é de hoje esse sentimento desgastado que temos desse país, mas o Brasil se supera a cada dia, e talvez a tragédia de ontem só comprove ainda mais o tão nojento esse país e todos nós somos. Olhe em volta: olhe o lixo jogado na rua, olhe o transporte público da sua cidade, olhe as manchetes dos noticiários, reflita o número de pessoas que você falou mal hoje, me diga quantos livros você leu esse mês, quantas filas você já furou, quantos produtos falsificados já comprou, quantas histórias de malandro você deu risada. Ouça as músicas que fazem sucesso nas rádios, olhe quem são os candidatos à presidência... olhe quem é o nosso presidente atual! O Museu Nacional não queimou apenas ontem, há muito tempo esse país deixou de investir em Educação, Ciência e Tecnologia, e sem isso, não há histó

9 Ensinamentos de Tite, o técnico da Seleção Brasileira, sobre gestão de pessoas

Não precisa gostar de futebol, não precisa saber a lista de convocados e nem ser fã do Neymar. Tem um assunto bem diferente que pode atrair seus olhares nesse mundial: gestão. Se o futebol não é seu ponto forte, assista a Copa simplesmente para entender sobre pessoas, sobre como geri-las, sobre superação e trabalho em equipe com um dos melhores coachs do mundo: o técnico da Seleção Brasileira: Tite. A Copa do Mundo se aproxima e com ela um sentimento que há tempos não cultivava: torcer pelo Brasil. Há menos de um ano nossa Seleção voltou a trazer alegria, a jogar bem, a não perder e trazer esperanças reais de título. Mas como pode essa mudança ter ocorrido de forma tão rápida? Em 2016 eramos eliminados da Copa América na fase de grupos e estávamos em sexto lugar nas Eliminatórias, ou seja, fora do Mundial. Agora, menos de dois anos depois, ingressamos na Copa do Mundo como seleção favorita ao título, com confiança alta e jogando um dos melhores futebol da atualidade. Tr

É hora da sua empresa parar de contratar funcionários

Não gosto do termo “vaga de emprego”. Subentende-se aos que se candidatam que estão disputando um acento livre, que pode ser ocupado por qualquer outro, como se trabalho fosse algo corriqueiro, uma necessidade a ser suprida. Se o então candidato consegue a tal vaga, ele então passa a ser chamado funcionário da empresa. Funcionário, segundo definição do dicionário é “aquele que exerce, desempenha funções”. E convenhamos, realizar e desempenhar funções não é algo de todos desejem para suas vidas. Ocorre que não é apenas o conceito de funcionário vem mudando, como também o conceito de trabalho. E se abrir vagas para contratar funcionários funcionou muito bem até hoje, isso não significa que será assim daqui para frente. Muitas empresas vêm substituindo a palavra funcionário pelo termo “colaborador”. O intuito aqui é designá-lo como alguém que colabora com o desenvolvimento, que é peça importante no crescimento da mesma e celebra e comemora as conquistas junto, porque sabe que foi pa