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Mostrando postagens de 2017

mãe!

O mundo está cada vez mais chato. Na verdade, sempre foi. A única diferente é que com a internet ficamos mais visíveis a nossa própria realidade humana. O mundo era bom quando ele era apenas nosso círculo local de amizades. Ficávamos próximos somente de pessoas conhecidas, que quase sempre compartilhavam da mesma opinião, muito por que a própria comunidade e a geografia local compartilhávamos dos mesmos costumes e opiniões. Com a internet as fronteiras caíram, e com elas os limites que nos impediam de acessar opiniões e realidades que não eram as mesmas das quais fomos criados ou que concordamos. Essa introdução que fala um pouco dos tempos de hoje não é o tema central do novo filme de Daren Aronofsky, mas é difícil sair da sessão e não rever todo o conceito de sociedade que trouxe o ser humano a o que ele é hoje: um ser egocêntrico, intolerante, arrogante e mau. Em mãe! acompanhamos a história da personagem que dá título ao filme, interpretada por Jennifer Lawrence e seu “

Mulher Maravilha (Wonder Woman, 2017)

Mais do que importante, Mulher Maravilha é um filme necessário para os tempos atuais. Mulher-Maravilha não é um filme perfeito ou impecável, passa longe disso. Mas cumpre muito bem o papel para que veio: oferecer um grande filme de super heroí/heroína, e uma história que mesmo voltada ao entretenimento, representa uma visão ainda preconceituosa sobre o papel da mulher. Ambientado no início do século XX, durante a 1ª Guerra Mundial, o longa apresenta Diana (Gal Gadot) como a princesa de Themyscira, filha de Zeus com Hippolyita (Connie Nielsen) e que acidentalmente encontra o capitão (Chris Pine) e que parte com ele para salvar o mundo de Ades, o Deus da Guerra. Embora conte com passagens que somam clichês, o filme teu seu tempo e confia em sua história, o que é de extrema importância para sua narrativa. Gadot interpreta uma Diana decidida e ao mesmo tempo ingênua, mas que nunca se deixa esconder, sempre sabendo seu papel para a trama. É um ponto importante, pois a

Oscar 2017 - Apostas

Mais um Oscar pela frente e segue a tradição das apostas na premiação. Não consegui ver vários dos indicados, uma pena. Vamos as apostas: Melhor Filme Indicados: A Chegada Até o Último Homem Estrelas Além do Tempo Lion: Uma Jornada para Casa Moonlight: Sob a Luz do Luar Um Limite Entre Nós A Qualquer Custo La La Land: Cantando Estações Manchester à Beira-Mar APOSTA: La La Land TORCIDA: A Chegada Melhor Diretor Indicados: Denis Villeneuve - A Chegada Mel Gibson - Até o Último Homem Damien Chazelle - La La Land: Cantando Estações Kenneth Lonergan - Manchester à Beira-Mar Barry Jenkins - Moonlight: Sob a Luz do Luar APOSTA: Damien Chazelle - La La Land: Cantando Estações TORCIDA: Kenneth Lonergan - Manchester à Beira-Mar Melhor Atriz Indicados: Isabelle Huppert - Elle Ruth Negga - Loving Natalie Portman - Jackie Emma Stone - La La Land: Cantando Estações Meryl Streep - Florence: Quem é Essa Mulher? A

A Chegada

“Se você soubesse sua vida inteira, você a viveria do mesmo jeito ou a mudaria?” Uma das grandesas do cinema é proporcionar os mais diversos tipos de emoções diante de uma grande tela. Lá choramos, rimos, pensamos sobre a vida, aprendemos e sonhamos. No entanto há filmes que fazem mais que isso. Eles são raros, mas os títulos que literalmente mudam sua visão da vida fazem valer toda a paixão e devoção que esta arte demanda daqueles que a seguem. E “A Chegada” (Arrival, 2016), é um desses exemplos. Na trama, doze naves alienígenas aterrissam na Terra, e a linguista Louise Banks (Amy Adams), é chamada para iniciar uma tentativa de comunicação com os seres. “A Chegada” é daqueles filmes muito bem-acabados e que dão gosto de assistir. A competência ainda pouco conhecido, porém já cultuado Denis Villeneuve é concisa e passa confiança ao público, que entende logo de cara que cada cena, cada enquadramento é encaixado cuidadosamente na construção da trama. Méritos de Villene

Manchester à beira-mar

Manchester à beira-mar é o mais recente título que se enquadra em meu mais novo e favorito gênero fílmico: os filmes humanos. E justamente o fato de ser tão humano que o torna tão difícil assim de ser digerido. Ao longo de suas duas horas de duração somos jogados a realidade de Lee Chandler (Casey Affleck), um zelador que vive em Boston e se vê obrigado a retornar a Manchester, sua cidade natal, ao saber da morte de seu irmão. O roteiro aqui não apenas nos apresenta ao protagonista, mas insere o público dentro de sua rotina com alguém que fica observando tudo de perto. São poucos os momentos em que a câmera não o acompanha a menos de três metros de distância. E de tão próximo, de imediato ficamos sedados por uma rotina medíocre e totalmente tediosa. O diretor Kenneth Lonergan insiste nesse contexto e é ajudado por uma trilha sonora dramática e uma fotografia que não foge dos tons cinzentos e apagados. O inverno de Manchester traz um branco anestésico, e o sol quase nunca

La La Land

O cinema é uma janela que nos tira da nossa realidade e por algumas poucas horas nos coloca em outras. Estas sempre moldadas por conta da perspectiva de seu criador. Muitas vezes essa perspectiva nasce de uma história alheia percebida na rua, de um passado mal resolvido, de uma visão de futuro e em muitas vezes de sonhos. Hollywood, a cidade do cinema norte-americano usou e usa-se muito desse último ponto. Tanto é que tornou-se a Meca daqueles que uma vez se imaginaram estrelas de cinema. Em uma visão superficial, La La Land traz em seu enredo essa trama: a luta de inúmeras pessoas que vão a “cidade das estrelas” em busca da realização de um sonho. Esse ponto, inclusive é retratado na absurda cena inicial onde inúmeros estranhos que seguem rumo a Los Angeles explodem seus desejos em forma de som e dança. Mas La La Land acaba por descer algumas camadas de densidade e entra mais afundo no assunto “sonhos”, uma vez que os coloca frente a própria vida. Vida esta, apresentada de um