Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2015

Divertida Mente (Inside Out) é uma viagem fantástica rumo ao autoconhecimento

O primeiro filme da Pixar, Toy Story, completa 20 anos esse ano. Toy Story foi mais do que o primeiro filme produzido em computação gráfica do cinema, a história de Woody e Buzz Lightyear representou a entrada da Pixar no segmento de animação e uma revolução no modo de fazer desenhos. Em vinte anos foram quinze filmes produzidos. Nenhum deles pode ser considerado um filme ruim, e no mínimo três deles, obras primas. E Inside Out, ou Divertida Mente no título em português, é um deles. A Pixar conseguiu criar um padrão tão alto de qualidade que qualquer filme mediano produzido por eles pode ser considerado um Dreamwor..., digo, um trabalho ruim. O estúdio reúne sete Oscars de melhor animação em nove disputados, sendo que em duas oportunidades disputou na categoria de melhor filme - Up! e Toy Story 3.                 Divertida Mente segue a linha dos filmes citados. É Pixar em sua melhor forma, abusando de originalidade e criatividade. Com a direção de Pete Docter, o mesmo d

A meritocracia de Forrest Gump

“Minha mãe sempre dizia que milagres acontecem todo o dia. Tem gente que acha que não, mas é verdade” Forrest Gump Fiz o caminho inverso com Forrest Gump. Não o assisti nos anos 90, quando era badalado, sucesso de bilheteria e com seis Oscars no currículo. Assisti dez anos depois, numa Sessão da Tarde da Globo. O resultado foi um bom entretenimento, mas que nada reverenciava a admiração dada ao filme na então década passada. Dei uma segunda chance ao filme e refiz a experiência esses dias, com a intenção de analisar amplamente seu propósito e ideologia. A conclusão remeteu novamente a uma frase que senti na primeira vez em que vi Forrest: este filme me incomoda. Na história, Forrest Gump, o personagem vivido por Tom Hanks, é um rapaz com um Q.I abaixo da média e que, sentado em uma parada de ônibus, conta sua história de vida a desconhecidos por ali aparecem. A trajetória de Gump tem passagem crucial pela história recente dos Estados Unidos, colocando o personag

Um pessimismo necessário

O exercício de ver cinema como arte é fascinante. No entanto, uma segunda função - ou um complemento a primeira -, é seu trabalho impecável de retratação da nossa realidade e como ferramenta antropológica e social. O cinema vem da fotografia, e assim como ela, imortaliza em imagem o que fomos, o que somos e palpita sobre o que seremos - ou o que queremos ser -. E cinema e fotografia, assim como qualquer outra arte, tem sua interpretação variada de acordo com o contexto a qual é inserida e a bagagem cultural de seu apreciador. Esta semana fui submetido a dois filmes diferentes, mas que assistidos em um intervalo de um dia revelaram grandes semelhanças e questionamentos. O primeiro é um documentário: “O Sal da Terra” (2014), dirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado e que conta um pouco da história de Sebastião Salgado, o já consagrado fotógrafo brasileiro que viveu sua vida retratando o mundo em fotografias em preto e branco. Salgado se destaca pelo olhar sagaz de su