Foi um baita ano, assim como vem sendo todos os anteriores. Mas podemos dizer que 2018 teve acontecimentos que o colocaram fora da curva em vários fatores. E talvez a principal palavra para isso tudo foi mudança: mudança profissional, mudança pessoal, mudança de hábitos e mudanças internas.
Profissionalmente porque, mais do que uma troca de emprego, passei por importantes conscientizações profissionais que fizeram a mudança de emprego ser apenas uma consequência. Neste ano o trabalho deixou de ser uma ambição por carreira e tomou o rumo de um caminho por um legado e um novo modo de vida. Sou apaixonado pelo que faço e pelo mercado onde estou inserido, mas sei que nem eu e nem ele são perfeitos, e comecei a perceber conflitos entre os rumos que minha carreira tomava e o que eu acredito. Entendo que consegui nortear bem esse caminho, rumo a algo que acredito, sei fazer e posso contribuir para uma sociedade melhor.
Mas para tomar essa atitude abri mãos de um local e de pessoas incríveis, que até hoje sinto falta. Foi uma mudança em todos os sentidos, de emprego, de cidade, de amigos, de companhias. Mas que acredito serem necessárias. Ficou a saudade e veio uma vida totalmente nova para começar.
No campo interpessoal a mudança mostrou-se igualmente importante, em hábitos e consciência. A primeira foi alimentar, abrindo totalmente a mão de carnes e industrializados, e descobrindo uma forma de viver mais saudável e uma conscientização que após descoberta, assusta no quanto é cruel e manipuladora, e o quanto fechamos os olhos para tudo isso, seja por costumes culturais, religiosos e de uma sociedade avessa em seus valores.
Junto a isso veio o mindfullness, a atenção plena e a autoconsciência. Se a alimentação trouxe uma consciência interna, o mindfullness concretizou e deu sentido a essas mudanças. Não bastasse, de bônus ganhei melhoras na concentração, atenção, autoestima e empatia, o que resultou em uma importante evolução profissional e pessoal.
E se no esporte o ano foi uma tragédia (Inter comemorando vaga num grupo da morte, Milan eliminado da Liga Europa, Vikings fora dos Playoffs da NFL e Timberwolves vivendo uma crise interna), nos relacionamentos fica difícil reclamar. Duas gurias fizeram de 2018 um ano incrível, as duas surgiram na hora exata e duraram o tempo perfeito para tornar todos os momentos juntos memoráveis.
E se tudo isso fez de 2018 um excelente ano para mim, não dá para dizer o mesmo dos fatores externos. Em 2018 vimos uma enorme inversão de valores, que hoje percebo, nunca estiveram realmente claros, apenas silenciados. O crescimento do conservadorismo revelou que por mais que tenhamos crescido como humanos nos últimos anos, nem todo o crescimento é contínuo, e esses momentos onde tudo parece estar errado, fazem parte da caminhada. Nesse ponto, entendo que fiz minha parte. Não me calei, discuti, expressei minha opinião e saí orgulho das escolhas que fiz na última eleição. Inclusive da abstenção no segundo turno.
Por fim, da forma como nossa sociedade conta o tempo, temos o costume de a cada 365 dias encerrar um ciclo para dar início a um novo. Não posso dizer que gosto dessa forma de viver o tempo porque não conheço outra, então digo que estou aculturado com ela, e gosto desse momento de reflexão, agradecimento e esperança.
Que o novo ano, mais do que novas oportunidades, seja um momento de dar sequência a um projeto de vida, que sirva de espelho para analisar o que podemos melhorar, e de lição para tudo que aprendemos. E acima de tudo, que sejamos gratos pela pessoa que fomos neste ano, pelo caminho que percorremos e por tudo que ainda vamos viver, a cada 365 dias.
Teve muitas coisas que construíram esse ano comigo, que compartilho em forma de dicas:
Música do ano: Quando bate a saudade, Rubel
A música não é deste ano, mas conheci neste, então é o que vale
Banda do ano: Greta Van Fleet
O Led Zeppelin vive!!! Melhor surpresa do ano!
Clip musical do ano: This is America, Childish Gambino
Um soco no estômago em forma de clip. Toda a segregação americano contra os negros em forma de música pop
Filme do ano: Três anúncios para um crime, de Martin McDonagh
Não foi melhor filme do ano, mas o que mais mexeu comigo. Um filme difícil e muito pesado, mas a reflexão apresentada, mostra-se necessária, principalmente nos dias atuais.
Documentário do ano: Innsaei: o poder da intuição, de Hrund Gunnsteinsdottir e Kristín Ólafsdóttir:
Uma visão espetacular sobre quem nós somos, o nosso poder interior e como podemos utilizar do mindfullness para construir e fazer um mundo melhor. (tem ele completo no YouTube)
Livro do ano: Sapiens: uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari
Um livro que abre todos os horizontes. Deveria ser obrigatório no ensino médio. Já nasceu clássico e merece ser lido por todos.
Série do ano: Dark (disponível na Netflix)
Obra-prima alemã. Densa, pesada e fascinante. A melhor série vista em 2018. Ansioso pela 2ª temporada.
Show do ano: Andre Bocelli
Um espetáculo em todos os sentidos. Mudando a definição de música de qualidade
Podcast do ano: Mamilos (disponível no Spotify)
Meu companheiro semanal nas viagens e academia. Um exercício de empatia e reflexão e de bom jornalismo. Indicado para todos.
link: https://www.b9.com.br/podcasts/mamilos/
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