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Quem vende o seu produto é a sua marca

Quatro fatores importantes para a construção de uma marca sólida


Na terceira temporada da série House of Cards, enquanto Claire Underwood organiza sua campanha para uma determinada disputa eleitoral recebe importantes dados de sua equipe de marketing. Segundo pesquisas com eleitores, a imagem da candidata com cabelos loiros se mostrou mais simpática ao público do que com cabelo escuro e, consequentemente, traria mais votos. O resultado da pesquisa faz Claire mudar não apenas a cor do cabelo como também suas roupas, expressões faciais, discursos, etc.



Sim, somos totalmente influenciados pela imagem que criamos de algo, não apenas na política, mas em tudo, inclusive empresas. Quanto mais uma marca se mostrar empática e agradável, mais confiaremos e teremos abertura para ela. O exemplo dado na série é um típico teste A/B, cada vez mais comum e utilizando hoje em dia, principalmente em meios digitais.

Porém, ter uma imagem empática e próxima ao seu público é apenas o primeiro passo para atrair a atenção dele. Vem sendo cada vez mais necessário ter um discurso que converse com este público e compreenda realmente as necessidades. Por isso o branding, ou a gestão de marca, se mostram cada vez mais essenciais para uma empresa construir seu posicionamento.  Algumas dicas podem ajudar nesse processo:


1. Defina seu público-alvo

É uma tendência muito clara dos últimos anos a segmentação do mercado por nichos cada vez menores e específicos. A cauda longa vem ganhando forma, e por causa disso, por mais que você converse com uma gama massiva de consumidores, ter definido quem são as pessoas que representam sua marca é essencial. A construção de personas (personagens fictícios que resumem seu consumidor) vem ganhando bastante popularidade. E lembre-se de fugir dos dados do IBGE. Analise hábitos, costumes e estilo para definir especificamente com quem está falando.  Nesse artigo, falei exclusivamente sobre esse assunto.


2. Tenha clareza sobre o que sua marca quer

Com seu público definido, é hora de analisar de que forma a sua marca está conversando com essas pessoas e que importância ela tem para o público. Revise seus valores, seus princípios como empresa ou empreendedor e coloque cara ao seu negócio. São essas decisões que trarão a empatia do público e a tornará representativa diante da concorrência. Marcas ensossas, sem posicionamento definido normalmente ganham menos destaque. Importante: não mude suas convicções ou valores como empresa para agradar ao seu público, ao menos que você esteja convicto de que tais mudanças também fazem parte da evolução da marca. Ferramentas como o Canvas Business Model são excelentes conhecer sua proposta de valor.


3. Estabeleça seus diferencias de mercado

Com a proposta de marca alinhada a dica agora e levar esse olhar também para seu produto ou serviço. Encontre neles quais vantagens ou diferenciais possui diante da concorrência, e invista em vender este diferencial, junto ou até acima do produto. Consumidores buscam valor nas suas compras, e por mais que ele se veja conectado com sua marca e goste dela, se seu produto não entregar o que ele quer ou precisa, ele também não paga por isso. Prevaleça essas vantagens em sua comunicação. Mas cuidado, o diferencial que você acha que entrega por não ser o mesmo que seu público percebe. Faça uma pesquisa de mercado antes, grupos focais ou simplesmente saia para a rua perguntando. Aquilo que seu público dizer é o que vai vender.



4. Construa a identidade de sua marca

O último passo é simplesmente unir todos os anteriores em uma construção única que aqui chamamos de identidade de marca. Quem é a sua marca dentro do mercado, como e de que forma ela se comunica, para quem, no que ela acredita, quais as bandeiras ela apoia, aonde ela quer chegar. Essas perguntas abstratas e inspiradores precisam ter respostas concretas e claras. Por exemplo, se você tem uma marca esportiva, um caminho lógico é uma comunicação voltada a uma vida mais saudável. Isso pode significar também em uma comunicação mais provocativa a seu público e produtos voltados a performance, por exemplo. Ao mesmo tempo essa mesma marca pode ter um foco em quem gosta de esporte, mas não pratica tanto, assim, seu direcionamento pode se voltar ao design e ao entretenimento. Tudo é variável, o que é regra é ter um branding consistente e conectado em todas as suas instâncias.

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