Não, seu público não são homens e mulheres de 20 a 60 anos das classes A,B e C. É percebível cada vez mais que as características sócio demográficas, apesar de ainda importantes, vem dando espaço a hábitos, gostos e características pessoais das pessoas. Um homem casado de 35 anos pode ter as mesmas preferências de uma mulher solteira de 25 que pode se identificar com uma divorciada de 45 com filhos.
Isto se dá muito pela disposição da nossa atual sociedade, cada vez mais diversificada, plural e aberta. Há 30 anos o padrão de vida para um consumidor da classe média era bastante lógico e dificilmente fugiria do processo de tentar uma faculdade, conseguir um emprego, casar e ter filhos. Junta-se a isso o sonho da casa própria, de preferência com garagem para o carro.
Esse processo, além de ser o único possível e até aceito socialmente, fazia referência a parcela da população que realmente importava economicamente. Uma vez que as classes mais baixas dificilmente possuíam perspectiva ou grande poder de compra.
O atual momento que vivemos, felizmente, é bem diferente deste citado. E justamente por essa grande diferença que a forma como entendemos e interpretamos os atuais consumidores precisa mudar.
Prova disso é o destaque cada vez maior que teorias e estudos sobre o comportamento do consumidor vem ganhando destaque, assim como as áreas de Experiência do Usuário (UX), jornada do consumidor e o conceito de lifetime value, que avalia o valor que um cliente pode entregar a empresa durante todo o período que utilizá-la.
É um pensamento lógico, afinal, se conectar e entender seu público é a etapa base para qualquer tentativa inicial de venda. Porém, esse pensamento, que acredito ser consenso entre empresários, também pode significar uma armadilha. Pois é curioso que, mesmo sabendo da importância e necessidade, não são todas as empresas que investem em pesquisa ou estudos para compreender melhor seu público. Muito, acredito eu, pela falácia do “eu conheço meu público”. Não duvido da afirmação, mas garanto que cada vez mais ela tenha um tempo de vida menor.
Os públicos crescem, mudam, se renovam, trocam de categorias e diversificam. Manter-se preso a crença de que conhece para quem vende, é o mesmo que ficar preso aos números sócio demográficos do IBGE para representar seus consumidores e fechar os olhos a hábitos e estilos.
É cada vez mais comum a prática de usar personas para representar o consumidor final da empresa. Apesar de não indicar confiar cegamente em personas sem pesquisas de caráter científico por trás, elas podem ser ótimos exercícios na busca por compreender melhor as mudanças de seu mercado. Se sua empresa possui CRM ou alguma outra forma de conduzir o relacionamento com o cliente (se não tem, é necessário ter), preencher o campo de observações com dicas de hábitos e costumes percebido nas oportunidades de abordagem podem resultar em bons gatilhos para futuras vendas. Afinal, o consumidor cada vez mais preza por personalização e exclusividade. O marketing de relacionamento bem feito, ainda é a forma mais simples e eficaz de entregar uma experiência diferente e única ao seu consumidor.
Comentários
Postar um comentário