Boyhood já nasceu clássico! Uma
pelo trabalho cinematográfico magnífico do sempre ótimo Richard Linklater,
outra pelo estudo antropológico que acompanha durante doze anos a trajetória de
um menino, e consequentemente de sua família, da infância a juventude.
O
filme faz um retrato da realidade muito forte, que fica muito mais vivo para
jovens nascidos entre os anos 90 e 2000. Os referenciais culturais que o filme
apresenta durante suas quase três horas de duração são numerosos e nostálgicos.
O enredo não tem nenhuma reviravolta ou escala dramática. É simplesmente uma
crônica da vida como ela é, cotidiana, pacata, mas evolutiva. É curioso
analisar o desenvolvimento da personalidade de Manson e suas influências. A influência
do pai, a relação com a irmã e as inusitadas situações que passa junto a mãe.
É
a vida sendo vivida, e o encanto do filme de Linklater se dá justamente em
contar uma história normal - para os dias de hoje – de uma forma sutil, simples
e tocante. É impossível não se sentir próximo daquela família, das situações
vividas e dos diálogos existenciais promovidos durante o filme. Nos sentimos
atraídos pela história por que de uma forma ou outra, temos uma relação com
aqueles personagens e situações. Todos nós, mesmo em idades diferentes, vivemos
aquela época e passamos pelo mesmo estágio evolutivo juntos. E isso é nosso de
uma forma tão forte que fica incrustado no nosso DNA e nos futuros genes. De uma
forma ou outra, nossas próximas gerações terão consigo características da
década de 90 e 00, assim como temos hoje tudo o que humanidade confabulava nos
anos 50 e 60.
É
uma eterna evolução de aprendizado e conhecimento, a cada geração levamos
conosco todos os ensinamentos da geração passada. E isso é tão forte que ainda
hoje temos instintos primitivos de nossos ancestrais pré-históricos. É a
história sendo contada dia após dia, e Linklater fazendo um estudo incrível e
belo do que fomos e nunca deixaremos de ser.
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Manson |
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Samantha |
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