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Um pouco sobre o Web Summit


Somente cinco dias após o fim do Web Summit, parei para tentar resumir o que foram esses dias. A conclusão é que um evento com tanto conteúdo e inúmeras possibilidades de conexões sempre vai mostrar uma face única que só você enxergou. Ainda mais eu que optei por pular os conteúdos mainstream e buscar aqueles mais escondidos ou que trariam insights improváveis. E mesmo que de 10 palestras no Web Summit, 10 falaram sobre Inteligência Artificial e envolto a tanta tecnologia e inovação, o resumo que toda essa experiência me deixou foi o de humanizar relações. Muito porque toda essa correria diária e novidades tecnológicas que mudam realidades do dia para a noite parecem levar para um lugar onde o tudo pode, tudo acontece, tudo é possível… mas pouco se pergunta se as pessoas querem.

Quem nunca se sentiu sendo levado pelas tarefas e atividades do dia, ou buscando um objetivo que significa apenas números. O tal do mirar a Lua, independente do que seja necessário para chegar e também pouco importa se por lá não houver nada.

Dentro do então maior evento de tecnologia do mundo, foi curioso notar que durante a palestra mais aguardada, o olhar para o lado rendeu mais insights que a fala do palestrante. Que uma conversa com um desconhecido gera trocas mais reais que uma masterclass vazia que custou 70 mil reais.

Trazendo para o campo das marcas, nunca temas como cultura, pessoas, comunidades, valores e ética se mostraram tão necessários. Tem muito de tech para correr atrás? E como! Mas uma coisa é certa, a corrida não é sprint, é maratona. E pode mudar de rumo a qualquer hora. Este ano quase ninguém falou de metaverso e NFT. Participei somente de um painel de web3.0 e um debate sobre blockchain. Se o evento acontecesse ano passado os painéis só seriam sobre isso, e poucos citariam AÍ, que este ano, como comentei, dominou todas as conversas.

Isso significa que é para se desligar do novo? Eu creio que não, até porque é uma ótima bússola para saber por onde as tendências andam. Mas principalmente para um “back to basics”. Para 90% das empresas que não trabalham com inovação de ponta e pioneirismo, o tempo se encarrega de manter o que é bom, e de uma forma ou outra, você só precisa estar atento para agir quando a hora da mudança chegar (ela vai!). Enquanto isso faça o básico bem feito, atenda bem, entregue qualidade e cuide das pessoas.


Além disso, é claro, teve muito insight bom e informação relevante, que com o tempo a gente vai compartilhando por aqui.



Nenhum texto relacionado ao Web Summit pode finalizar sem comentar sobre as graves e constrangedoras falhas de organização e estrutura do evento. Pela magnitude e entrega prometida são detalhes que demonstram falta de cuidado, conhecimento e respeito com o público que participou.


#websummitrio

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