É interessante notar como o diálogo
e a conversa acrescentam em nosso conhecimento. Muito da sabedoria que
adquirimos vem da interação social, da troca de experiências e das histórias
contadas. É por esse motivo que aquela troca de ideias durante o intervalo, a
discussão sadia entre amigos e os brainstorms
das reuniões tem o seu valor ressaltado. Até mesmo um livro, um jornal, um
programa de tv ou um filme são formas de dialogar com a opinião que o seu idealizador
busca transmitir.
Falar
de diálogo para uma empresa que conta com mais de quinhentos vendedores, parece
“chover no molhado”, mas é interessante notar como esse diálogo é incessante e
como uma coisa tão simples como a fala, vem se alterando significativamente com
o tempo. E se a conversação muda com o tempo, o que dizer do modo de vender?
Há
algum tempo vem se tornando comum nas organizações um novo modo de fazer
comunicação, ou de se comunicar para outros públicos. É o chamado storytelling,
ou na tradução literal, contar histórias. E esse conceito vem sendo trabalhado
também no mundo das vendas, como acompanhei no livro The art of the sale -
Learning from the master about the business of life (A arte da venda –
aprendendo com os mestres sobre o negócio da vida), do jornalista inglês Philip
Delves Broughton.
O
autor relata em suas páginas como fazer negócios baseado nas técnicas de vendas
dos melhores vendedores do mundo. Lá encontramos textos sobre como
conhecer/entender o cliente, estudar o produto, oferecer a mercadoria, etc.
Dentre os conhecimentos encontrados no livro, gostaria de compartilhar um
trecho que destaca em sua máxima, o conceito de storytelling:
“Certa
vez, uma cliente holandesa entrou na loja de Majid, reclamando de uma peça de
marfim ali comprada. Insatisfeita, exigia o reembolso, 3 mil euros. Sem
pestanejar, o lojista pegou a peça, dirigiu-se ao caixa e deu o dinheiro de
volta a holandesa. ‘Sabe, eu estou até contente que essa peça tenha retornado à
minha loja’, disse. Narrou a seguir a longa saga do objeto de marfim, de como
ele tinha pessoalmente o encomendado na Mauritânia, de como tinha sido difícil
entrar com o carregamento no Marrocos, pelo Saara, região infestada de rebeldes
separatistas islâmicos radicais. Majid escondera as peças em cestos, no lombo
de mulas, como se fossem tâmaras, para não ser roubado. ‘É bom tê-la de volta’,
concluiu. Arrependida, a cliente pediu a peça de novo, entregando o maço de
euros a Majid, que negaceou. ‘Eu não posso mais vender essa peça a 3 mil euros.
O preço do marfim subiu desde então. O preço agora é 3,12 mil euros.’ A
holandesa pagou a diferença e saiu satisfeita da loja.”
A
questão que fica não é o quanto sabemos nos articular e dialogar, seja com um
cliente, amigo ou colega. O que fica é o quanto estamos atualizados e
informados sobre o que falar. Não bastar termos o dom da conversa, se nosso
assunto ficar parado no tempo.
Deixo
aqui a minha dica de incentivo ao diálogo sadio. Seja por meio de reuniões com
sua equipe, dando voz e deixando falar, seja por meio de uma troca de ideias ou
lendo um livro. O importante é não parar no tempo e continuar a contar
histórias!
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