
Sim, sei que está virando obsessão, quem acompanha o blog deve ter observado que (quase) todos os títulos estão saindo em inglês, mas prometo ser este o ultimo do ano! (piada infame). E será por dois motivos, estou a ouvindo enquanto escrevo e acho que é um bom resumo do que falarei.
Natal para mim sempre foi sinônimo de família, luzes piscando e presente, ou seja, infância. Tive uma infância natalina como de filme. Empolgava-me com dezembro, ajudava nos enfeites da casa, corria mato afora escolher a árvore ideal, escrevia cartas ao Papai Noel, queria viajar de noite para ver as luzes, queria que a minha casa fosse a mais brilhante e meus olhos brilhavam como as luzes dela no dia 24! A casa cheia, aquele clima festivo, todos alegres, o dia parecia acordar diferente naquela manhã. O ritual da missa, que demorava, demorava e eu não via à hora de acabar e correr para casa ver aquela árvore iluminada e recheada de presentes! Desiludi de Papai Noel muito cedo, (aquele “esperem no portão que o papai Noel esta la dentro colocando os presentes” enquanto um integrante da família corria pelos fundos sempre me foi duvidoso) mas nada disso tirou aquela sensação de felicidade na mesa da cozinha com todos reunidos e aquele peru ao centro pronto para ser devorado!
Ok, 18 anos e os presentes não são mais o centro das atenções. Nesta época sempre tenho rituais que pratico, gosto de ver os especiais de final de ano (mesmo que sejam ridículos), procuro ao menos assistir um filme natalino (mesmo que seja ridículo) saio na rua a noite ver as luzes, parece que tudo nesses dias é mais simples, mas fácil! Gosto de sair do Natal com um aprendizado, essa época sempre me passa algum. E talvez neste tenha aprendido algum dos mais valiosos.
Então, isto é Natal! A festividade da data toma conta das pessoas, o comercial do Zaffari e as propagandas da Coca Cola nos enchem de bons sentimentos, alguns demonstram outros retraem, as notícias nos telejornais incrivelmente ficam mais animadas, mostram mensagens de esperança, sucesso, nos mostram que o mundo ainda tem solução, que o Natal é o momento de repensarmos nossos atos e com o novo ano que inicia logo em seguida, por eles em prática, iniciar uma nova vida com este sentimento de que é possível sim fazer o bem!
Mas então o natal acaba, inicia o Revellion, champanhe, roupas brancas, abraços e retribuições, e janeiro aparece, férias, descanso, a rotina volta, o trabalho recomeça e tudo volta como era antes! A magia acaba, os votos de mudança são esquecidos e o promissor ano que inicia vem como uma cópia do que passou, as boas ações natalinas, as cartas retiradas no correio em que você um dia faz o papel de Papai Noel nunca mais são procuradas, o Feliz Natal espontâneo dado a um conhecido no supermercado do dia 24 esquece de ser trocado por um bom dia em qualquer outro dia do ano.
Será que precisamos de músicas tocantes, casas brilhantes e ridicularizando totalmente, de compras para sermos mais humanos? Natal vem de natividade, significa nascimento, nascimento do cara que mais demonstrou amor e esperança no mundo. Natal significa vida e porque a nossa vida não pode se um Natal a cada dia? Ok, se o natal fosse todo dia ele não teria o mesmo sentimento que tem em dezembro, concordo! Mas porque se disfarçar de bom moço nesta data festiva se tu não és isso no resto do ano? E se dizes ser esta pessoa boa sempre, por que não és? O Natal nos ensina muitas coisas, mas é uma pena a memória humana durar tão pouco tempo.
Enquanto isso sonhamos com o mundo perfeito das canções de Natal e dos comerciais da Coca Cola, eles talvez sejam a imagem do que gostaríamos de ser, mas não temos coragem de demonstrar!
Um Feliz natal a todos!
E que o próximo chegue logo, os vendedores de panetone dependem dele!!!
PS: por causa do tempo não revisei, então peço desculpas pelos erros!
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