Não é de hoje que as empresas já perceberam a necessidade de estar dentro do ambiente digital e gerar vendas por meio dele. Mais de 70% das vendas passam, direta ou indiretamente pela internet, então não é questão de se, mas de quando. Costumo dizer que transformar uma empresa em digital (não necessariamente vender pela internet, mas usá-la como ferramenta de venda), precisa do mesmo cuidado de abrir uma loja física. Mas não o mesmo processo.
Existem importantes diferenças entre um modelo e outro e algumas características peculiares que se distanciam muito das praticadas no ambiente físico. Dentro do conceito de marketing é comum as pessoas confundirem o termo com propaganda ou uma ferramenta para alcançar a venda. Ele é sim propaganda e vendas, mas não apenas isso, tendo um escopo muito maior, abrangendo, desde a natureza do negócio até suas estratégias de crescimento e escala.
Elenquei aqui três pontos básicos, mas por muitas vezes ignorado quando se projeta um posicionamento no digital.
1. Estratégia
Este talvez seja o mais importante e também o mais preterido. Por esse motivo vemos muitos negócios entrando na internet sem uma intenção clara, ou apenas replicando modelos que já executam no ambiente físico. Definir uma estratégia básica, como por exemplo entender qual o posicionamento a ser seguido, qual público será buscado (que pode ser diferente do atual) e quais os diferenciais competitivos que melhor se destacam dentro do canal digital, são perguntas básicas que trazem os primeiros passos para esta jornada. Outra situação comum é a interpretação equivocada de que o contexto digital precisa se adaptar à realidade da empresa. Em praticamente todos os casos é necessário uma adaptação interna do negócio para receber e conduzir este público que entrega pelo digital. A estratégia vem para resolver essas questões e definir uma estrutura básica para uma boa execução.
2. Marca e Conteúdo
Uma vez inserido neste ambiente, é necessário saber como se comunicar dentro dele e interpretá-lo. Talvez o exemplo mais claro sejam as replicações de peças publicitárias dentro de redes sociais. Incrivelmente grande parte das empresas ainda não compreenderam que a intenção de uma rede social não é a venda, mas sim o relacionamento. É este relacionamento que gera vendas, e não o contrário. E relacionamento se faz com conteúdo e entrega de valor. Aqui, a lógica de vendas tradicional é invertida. A empresa não busca o comprador, mas este, uma vez sentido-se conectado e próximo, vai atrás da empresa.
Com o passar do tempo todo este conteúdo e valor compartilhado transforma o entorno da empresa em uma comunidade de pessoas que a defendem e recomendam, aumentando ainda mais o valor ativo da marca. A venda então não é mais pelo benefício do produto ou serviço, mas sim pela marca.
É este relacionamento que gera vendas, e não o contrário. E relacionamento se faz com conteúdo e entrega de valor.
3. Dados
Exceção a isto se faz com as estratégias de intenção e tráfego pago, onde a empresa, munida de dados e clareza sobre seu público, oferta o produto diretamente para quem está precisando, no momento em que este necessita. Google, Amazon e Facebook não são potências mundiais à toa, muito da sua grandeza se deu baseado em mecanismos de rastreamento de dados de usuários que enriquecem cada vez mais o algoritmo para os anunciantes. Estes dados, respeitando todas as leis de privacidade, são uma poderosa ferramenta, não apenas de vendas, mas de estudo e conhecimento sobre seus produtos e serviços, e principalmente seu cliente.
Manter estes dados atualizados, ativos e traqueados é tarefa extremamente necessária caso a empresa busque por um futuro sustentável para seu negócio.
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