A primeira frase desse texto precisa deixar algo muito claro: marketing não é propaganda. E a segunda frase reforça que o conceito de marketing passa por um olhar ampliado sobre todas as esferas da empresa: da identidade visual, ao atendimento e todos os detalhes do produto ou serviço prestado. Todo o empreendedor faz marketing diariamente, mas talvez sem a percepção clara de como as suas ações implicam na construção de uma marca sólida. É uma construção empírica, vinda de um modelo educacional mais preocupado na formação de profissionais técnicos a empreendedores. Um risco, uma vez que além de todo o conhecimento absorvido para exercer a profissão, saber colocar um negócio na rua, mantê-lo funcionando e expandi-lo, são etapas que contém o mesmo nível de importância.
E cada vez mais percebemos um mercado inchado e com mais concorrência, o que exige do empreendedor uma atenção maior para como posicionar a sua marca. Costumo dizer que a qualidade técnica de um profissional deveria estar alinhada com o tamanho do seu negócio. E muitas vezes essa lógica não acontece. Conheço profissionais fantásticos que não possuem um terço da visibilidade que seu talento entrega, assim como negócios muito bem sucedidos, mas que fazem entregas medíocres. Claro, cada um tem sua própria jornada e o mundo não é um lugar necessariamente justo, mas não é essa a intenção do texto. O que trago é um questionamento sobre a raiz desse desnível de qualidade x relevância e uma possibilidade clara de inverter esse jogo.
Não existe marketing sem ser digital, tudo é marketing. Assim como não existem empresas que não são digitais, apenas as que ainda não perceberam isso.
O mundo digital onde estamos inseridos muda as regras do jogo a cada dia, e é cada vez mais difícil se manter relevante sem estar atento a elas. Acontece que esse mundo digital está apenas começando a se estabelecer culturalmente, e permitindo que com apenas o básico, empresas consigam se posicionar muito bem na internet e atrair cada vez mais clientes. Não tenho receio em dizer que a maioria gigantesca das empresas se posiciona de forma amadora na internet. O que permite que aquelas que têm um nível um pouco maior de conhecimento de marketing e gestão de negócios se coloquem de uma forma diferenciada e atraiam um grande público em pouco tempo.
Prevejo que não será por muito tempo. Cada vez mais as grandes empresas e multinacionais mergulham no digital, ocupando os espaços publicitários e ditando tendências. Isso faz com que o preço para investir na internet inflacione e o alcance da marca diminua. Nada que não possa ser contornável com uma boa gestão de marca, estratégia de posicionamento clara e públicos bem definidos. Mas como vimos no início do texto, este é exatamente o gargalo dos pequenos negócios no Brasil. Ao qual também não vejo que terceirizar essa atividade para alguém seja uma solução ideal, uma vez que a volatilidade do mundo não permite ao prestador desse serviço entregar uma receita de bolo que durará anos. Esse trabalho exige conhecimento, constância e clareza.
Resumo da história: empreendedores vão precisar aprofundar seu conhecimento sobre a lógica de fazer negócios na internet e investir nisso. Hoje, esse movimento é tido como diferencial, amanhã será questão de sobrevivência. Uma boa forma de começar isso é entender a empresa como um negócio digital, por mais analógico que seja. Clínica de dentistas: digital; escritório de contabilidade: digital; Barraca de pipocas: digital. Tudo hoje já é digital e justamente por isso sempre questiono o termo “marketing digital”. Não existe marketing sem ser digital, tudo é marketing. Assim como não existem empresas que não são digitais, apenas as que ainda não perceberam isso.
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