Dois metros! Esta é a distância
mínima para que eu consiga reconhecer uma pessoa na rua! Um pouco agoniante
para uma pessoa que, há três anos nem sequer usava óculos! Segundo minha
oftalmologista, tive miopia desde a infância, mas ela foi aumentando mesmo depois
dos vinte anos. Ela também disse que até os 25 a tendência é que o grau só
aumente, então, temos aí longos dois anos para uma possível estabilização!
Curioso, não é? Sempre fui um fascinado pelo mundo visual. A dizer pelo post
abaixo, as cenas do cinema são as que mais me encantam nessa vida, sendo assim,
um mundo sem cor, sem luz é uma imaginação um tanto quanto sombria. Lembro da
primeira vez que usei um óculos e do susto que levei! Para quem não possui
miopia fica difícil de imaginar, mas é como se o seu horizonte fosse ampliado.
As luzes lá no final da rua deixam de ser embaçadas e ficam nítidas, assim como
a Lua, e a possibilidade de enxergar com clareza suas crateras e desenhos.
Bom, esse
texto não vem aqui falar sobre os problemas de visão do pobre autor, mas sim
das dificuldades de visão do restante do mundo! Sim, aí começa a filosofia, assunto
corriqueiro nesses últimos dias. Mesmo com miopia, penso que nunca vou utilizar
a frase “eu não enxergo” em público, pois acredito que o que mais sei fazer
aqui neste pedaço de mundo é enxergar, enxergar além do hoje e depois do amanhã.
Nesse parâmetro, acredito que minha visão é privilegiada!
A palavra
visão, por si, já é complexa. No mundo dos negócios, ter visão conta pontos, é
qualidade de líder, daquele que sabe aonde quer chegar e como. Mas não vamos
para este lado, pensamos na questão existencial do termo. Visão de vida! Muitos
confundem o termo visão com planejamento, eles são semelhantes, porém não sinônimos.
Você precisa de visão para planejar o que quer, porém, uma vez planejado, não
significado que este plano não necessite de mudanças. Aí que entra a visão,
encontrar o modo de adaptar o projeto para assim, proceder com o planejamento.
Por exemplo,
meu planejamento de vida é único e claro: constituir família e me realizar
profissionalmente. Pois bem, este é o meu planejamento. Porém os dois termos
utilizados no ideal acima são extremamente complexos e requerem muitas decisões
e dúvidas. Para isso, busco nortear este plano a partir dos meus valores e
princípios: amor, felicidade, confiança e ambição! E com isso a meta: trilhar
esse caminho, de acordo com meus princípios, para concluir meu
planejamento. Aonde entra a visão? Em
meio a tudo isso, tomando as rédeas durante o percurso, estando um passo à
frente de onde estou, planejando, reestruturando, embasando, vivendo.
No último mês
acompanhei uma palestra sobre felicidade e realização pessoal. Como alcançar a
tão sonhada felicidade. Em certo momento, o palestrante destacou um distúrbio
que assola muitos de nós, a “síndrome de Gabriela” (a Cravo e Canela, do Jorge
Amado). O título, ficcional e humorado, é baseado no refrão da famosa música de
Gal Costa que abria a antiga novela da Globo com o mesmo nome: “Eu nasci assim,
eu cresci assim e sou sempre assim, Gabrieeeela”!
Mesmo contando
com tom de humor, a questão é grave. A “síndrome” em questão é muito mais comum
do que se imagina e dela são herdadas tantas infelicidades e decepções durante
a vida. Se eu nasci em uma cidade pequena, isso não significa que terei que me
acostumar a esta vida; se minha condição financeira é baixa, isso não significa
que nunca vou conseguir crescer na vida; se nasci dentro de uma favela é
possível encontrar outras formas de ganhar a vida além do tráfico de drogas. E
por aí vai!
A questão da
visão está muito atrelada a isso! É olhar a linha do horizonte e entender que
ali não é o fim, aliás, não existe o fim! Fim é se acomodar, desistir de
caminhar. Nesta mesma palestra, ouvi esta nova frase: “Errar uma vez é humano,
errar duas vezes também é humano. Se acomodar ao erro é estupidez, burrice”!
Absurdamente certo!
Tenho certeza
que chegará o momento em que meu objetivo acima descrito será alcançado. Mas
isso não significa parar de caminhar! Com o tempo compreendi que não existe
busca pela felicidade, ela é uma constante e está presente durante a caminhada,
não no final! É por isso que é tão importante não parar, se acomodar. Parar
significa deixar de perseguir a própria felicidade, e consequentemente, ficar
mais distante dela! Sorte a minha que tenho uma visão perfeita, e a felicidade
nunca me foge do olhar!
Visão é deixar de se acostumar com o que você já tem...
...e sempre buscar novos desafios!
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