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Segredos


Já dizia Frejat “procuro um amor que seja bom pra mim”. Não que os que já tive tivessem sido ruins, muito pelo contrario, mas creio que a minha busca tende a aprofundar ao máximo, se for possível, a tradução da palavra amor.

Sei que vivemos no século XXI, que namoros duram semanas, e que “eu te amos” só aparecem pela tela do computador. Sei também que a cinderela já morreu, a bela adormecida idem e a Rapunzel nem se fala. Mas ainda acredito em princesas! Pode ser ilusão minha, pode ser uma perda de tempo e de vida lastimável, mas ainda insisto nessa triste sina. Posso ser o único que pense assim e que sofra por um bom tempo na busca ao impossível, mas, o que é a vida senão tentativas e mais tentativas de sucesso?

Sei que duas décadas de vida são muito pouco tempo e ainda que não conheça por completo nem o mundo em que vivo, me imagino inúmeras vezes voltando aos anos 20, 30, 40 e sonho com aquela época, em que paquera e flerte ainda eram emoções douradoras e namoro era visto com olhos de responsabilidade e seriedade. Pensando bem, não me imaginaria vivendo naquela época, além de que as cenas que vejo são surreais e recheadas de lirismo. Mas isso não tira meu desejo e crença de que algum vestígio daquela época tenha resistido ao tempo e surgido em plena segunda década do novo milênio. Seria sorte demais encontrar esse tal vestígio, com todas as características daquela época em um corpo de mulher. Mas, como o tempo é curto e a causa é nobre, faço minhas as palavras de Frejat: “Vou procurar, eu vou até o fim...”


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